segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Faz-de-conta...

Grave é hesitar, vacilar, confundir.

É inocente quem acredita que o mundo premeia sempre a competência.

Ficaríamos todos pelo caminho, ou quase todos, nesta desenfreada corrida, não para a perfeição, mas para a subtileza do erro e, sobretudo, para a manutenção de uma atitude.

Sim, sinto-me amarga. Rodeada de faz-de-contas. Faz de conta que somos competentes. Faz de conta que somos sérios. Faz de conta que somos justos. Faz de conta que somos sábios…E depois olho à minha volta e o meu espírito descansa mais no que existiu e luta por existir no que agora existe. Em vão. E dou comigo a sentir o que o meu avô sentia e manifestava e eu sem coragem para tal!...Mas olho a arte, por exemplo, e sem pensar busco o que foi, no que é. Sem pensar. Porque se penso sou bem capaz de dizer que talvez não tenha tempo; talvez eu veja pouco; talvez não saiba ver; talvez o defeito seja meu. E o mundo aplaude de pé. É isso que quer ouvir.

Grave é hesitar, vacilar, confundir…

Grave é considerar sequer a hipótese do defeito ser nosso! Isso sim, é grave. Comem-nos vivos.

1 comentário:

CF disse...

E por vezes, quase que chegamos lá... Não que considere o defeito meu. Mas sem dúvida, sou eu a desadaptada.