sábado, 17 de setembro de 2011

O lado bom das coisas más

É a terceira vez que se parte o cabo da embraiagem! Desta vez partiu-se, mal passei as portagens. 

Saí do automóvel com ar de polícia de trânsito e abanei as mãos para que compreendessem que a coisa estava para ficar. Cheguei mesmo a passar os dois dedos da mão direita pela garganta num gesto de corte, não fosse algum condutor não ter entendido bem a gravidade da situação. É que da última vez houve um expert que acreditou ser capaz de pôr o automóvel em movimento mesmo sem cabo, ou isso ou achou que eu tinha interpretado mal o estalo seguido de pedal morto debaixo do meu pé esquerdo.

Parece que à terceira a hipótese de ficar apenas pela substituição do cabo é muito, mas mesmo muito, remota. Diz o mecânico que ou substituo a embraiagem ou não me garante que o desgraçado não morra jovem, que é como quem diz, não rebente na primeira esquina.

Não sei se o facto de ter mudado de companhia de seguros terá alguma relação com o reboque mas, provavelmente, tem. Nem todas as companhias de seguros trabalham com as mesmas empresas, digo eu…a verdade é que eu nunca tinha visto um reboque como aquele que nos foi buscar, a mim e ao twingo, mesmo à entrada da ponte. Houve momentos em que receei que nós seguíssemos e o twingo ficasse para trás e foi por isso, e só por isso, que não tirei os olhos do retrovisor nem a mão do apoio, apesar do condutor ter ficado convencido que o meu problema estava relacionado com as dores das costas por causa dos solavancos – ao que parece ele, coitado, padece disso. Ainda lhe tentei explicar que a melhor defesa seria uma postura semelhante à da equitação mas não sei se ele percebeu.

Em tom de desabafo vim aqui só para dizer que por muitas contas que se façam há momentos em que as surpresas não param de acontecer e vinha eu a aproveitar o acontecimento para desfrutar da brisa da manhã num passeio a pé que é coisa que ultimamente tenho feito pouco, quando me pus a pensar que se fosse rica nada disto acontecia porque trocaria de carro de dois em dois anos, mas também não passava por estes momentos de improviso que, desde que se saiba, podem ser uma verdadeira lufada de ar fresco no ramerrame do dia-a-dia. Ah! e conheci o menino do reboque que era giro que se farta.

1 comentário:

CF disse...

Puxa, o azar na me larga mesmo. A mim, quem me veio salvar, foi o mecânico gordo e barrigudo. Para a próxima exijo o reboque :):)