O que é a estabilidade? E a segurança? Se é que não são uma e a mesma coisa…
Algo que não existe a longo, nem muitas vezes a médio prazo?
Algo que inventámos para nos sossegar o espírito mas que, na verdade, não passa de uma ilusão?
Fazemos as nossas escolhas, a partir de uma determinada idade porque até lá já a vida escolheu por nós e nem sequer a concebemos de uma outra maneira ou pensamos sobre isso mas, de repente, um tremor de terra deita-nos ao chão; um vendaval leva-nos o telhado; o céu cai-nos em cima da cabeça, ou o chão nos foge debaixo dos pés, ou isto tudo ao mesmo tempo… e temos de nos adaptar a uma nova situação, novinha em folha e inimaginável até então.
Adaptamo-nos e construímos a partir dela, convencidos que agora sim, agora é que é, e convencidos que somos os mesmos quando na verdade já somos outros porque o que éramos morreu para dar lugar a um outro que vamos conhecendo com o passar do tempo. Contudo, e mais uma vez, um outro fenómeno qualquer abalroa-nos a construção e lá vamos nós a enterrar e a ressuscitar e a recomeçar, quais fénixes, para voltarmos a cair, se for preciso, porque nem o que nos parece mais sólido na verdade o é quando o vento uiva e a terra treme.
E isto pode, na verdade, acontecer tantas vezes quantas aquelas que forem necessárias para compreendermos que a vida, afinal, é mesmo assim e que é sobre este tapete que a deveremos desenhar, fazendo tudo como se a tal segurança existisse e acreditando que, no fim, se formos determinados, convictos e corajosos tudo irá dar certo.
E trabalharemos, casaremos, ou não, criaremos filhos e envelheceremos como os outros, rodeados de netos e mais, muito mais, sábios porque a vida teve a amabilidade de nos proporcionar um vasto, por vezes vastíssimo, leque de experiências.
1 comentário:
Porém, do que aí vem, nada será como era, para mal dos nossos filhos, e dos eventuais netos.
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