sábado, 14 de janeiro de 2012

O tempo

Estala-me o pescoço sempre que mantenho a cabeça descaída para trás como se as cervicais se acomodassem nessa posição e se recusassem a deixar os olhos ver tudo o que se encontra fora desse ângulo.

Os braços pesam-me sempre que, por qualquer motivo - por exemplo ter de pendurar o varão do cortinado da banheira que decidiu que não, não quer estar preso aos azulejos, prefere a parede branca e eu digo-lhe que não, tenha paciência mas a parede branca está demasiado acima das minhas possibilidades, e mesmo assim ele insiste... - dizia eu que os braços me pesam sempre que, por exemplo, luto com o varão.

Só as pernas ainda não me fraquejaram mas também é verdade que não lhes tenho dado grande serventia, pelo que não faço a mínima ideia de como se comportarão daqui a uns meses quando as levar a passear.

Os olhos cá se têm mantido, umas vezes mais focados do que outras mas sim, cá se vão aguentando. Os ouvidos é que me têm pregado partidas, parece que o sistema de vasos comunicantes dos internos não tem comunicado como deve de ser e eu tenho sido assolada por uma espécie de agonia permanente. (Já percebi que os olhos também têm alguma culpa no cartório, parece que não gostam de movimentos bruscos…)

A pele já teve melhores dias, assim como o cabelo, mas por enquanto não me queixo, já vi pior, muito pior.

Os dentes também não me têm dado grandes motivos para preocupações, à parte um ligeiro aumento de sensibilidade dentária, continuam aqui para curvas.

Quanto aos restantes órgãos têm funcionado quase na perfeição, e o cérebro, o cérebro! Que tão meu amigo tem sido! Continua a não me deixar ficar mal. Desde que o alimente e lhe dê descanso até é tipo para ajudar os outros, nem percebo como é que ainda não foi capaz de resolver o problema dos internos! Mas estou confiante que a seu tempo…

Em suma a falta de exercício é, neste momento, a minha pior inimiga, muito mais do que a idade, portanto quero ver se resolvo a situação lá para o Verão, quando puder dar descanso ao cérebro. E é isto. Não se amofinem demasiado. Não se deixem levar por pânicos e medos. Relaxem, desfrutem, e vão ver que o tempo vos tratará com carinho.

2 comentários:

CF disse...

:) O meu tempo não me dá lá grandes carinhos :)

Goldfish disse...

Muito depende de como nos vemos, mais do que da realidade. Mas algum exercício físico ajuda sempre.