Tenho uma enorme admiração pela coragem e pela genuinidade. Precisamente
nesta ordem, até porque sem a primeira não existe a segunda nem mais uma série
de virtudes que não me apetece enunciar. E é por via destas duas virtudes que
gosto de mim, que me admiro.
Todos nós deveríamos ter algo admirável. Ainda que não pelos
outros, por nós mesmos. Ajuda muito a perdoar, e a assumir, aqueles apartes horríveis
de que todos, sem exceção, sofremos.
Focados nas virtudes, nas verdadeiras virtudes, as hipóteses
de crescermos e de nos tornarmos seres humanos cada vez melhores aumenta.
Se, pelo contrário, nos focarmos nas desgraças, sentiremos
sempre uma vergonha tão grande que a tendência será para as amachucar de tal
forma que, compactas, passam a uma nuvem negra que nos enche. Depois,
insuflados de negridão, tapado que fica o espaço por onde circula a alegria, o
verdadeiro orgulho e o amor, tornamo-nos insuportáveis para os outros, e o pior
de tudo é que nem damos por isso.
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