quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ser gay


Há uns anos era complicado. Agora parece que é motivo de orgulho!

Não tenho nada contra os gays, como não tenho nada contra os heterossexuais, os bissexuais ou os transexuais. Tenho sim contra outros ais - os das dores, por exemplo. Tenho contra a falta de moral, a maldade, a hipocrisia, a sacanice…enfim, contra todas essas características que existem para prejudicar o outro, ou os outros. Mas com quem é que cada um dorme, não é da minha lavra, nem do meu interesse. Não faz por isso sentido que os gays, só porque de repente a sociedade abriu os olhos e deixou de se importar, tal como eu e pelo menos oficialmente, com quem cada um dorme, resolvam apregoar aos sete ventos a sua vida íntima. 

Qualquer dia é bem ser gay, se é que não o é já!, e os outros que se escondam – não estão na moda. Por acaso alguém já viu declarações públicas de heterossexualidade? 

Homossexuais deste país, orgulhem-se das pessoas que são, não daquelas com quem dormem. Ninguém quer saber disso. Sair do armário não é andar para aí a apregoar aos sete ventos as vossas preferências sexuais, quais putas assumidas.

(Parabéns Zézinho, acabei de saber, pelo Facebook, que és gay. Desejo-te as maiores felicidades.)

4 comentários:

CF disse...

:) Lol pro Zézinho... Olha sabes, devo estar no ir aí. Preciso de falar com alguém sábio e acho que te escolhi.

Jardineiro do Rei disse...

Pois...
Falando bom português lá do "meu" Alentejo, cada um come do que gosta e não precisa de convocar uma conferencia de imprensa para anunciar que partilha os seus segredos de alcova, com a mulher, com o vizinho do lado ou com uma boneca insuflável, ou... à falta de melhor, com uma melancia.
Haja pachorra

um abraço

joão

Anónimo disse...

Este comentário é completamente estúpido. Por causa do estigma social da homossexualidade é que existe a necessidade de afirmação. Caso essa afirmação pública nunca tivesse ocorrido, a maioria das discriminações de que os homossexuais são vítimas ainda existiam. Além disso, tornar pública a vida íntima é algo que é transversal a orientações sexuais, sexo, idade, religião. Se agora vê mais gays que há 20 anos a admitirem publicamente com quem dormem é uma questão de "availability bias"...há 20 anos poucos eram os que sequer admitiam publicamente que eram gays. Este é um daqueles posts que não deviam ter saído da gaveta.

Alda Couto disse...

Meu caro anónimo, tenho por mim que nesta altura do campeonato estigmas desse género estão tão mortos quanto aquele de ser mulher, lembra-se? talvez não, mas está na História que também foi estigma durante séculos.
Hoje em dia os estigmas são outros, o da fome, por exemplo. Talvez devêssemos deixar esses novos excluídos expressarem-se livremente já que se calam... Os gays, já não lutam por nada meu caro (ou minha cara), exibem-se. O estigma, agora, existe pelo oposto - o orgulho gay! O mesmo será dizer que são os próprios que continuam a alimentar a "diferença".