A par da forma como vamos sendo capazes de lidar com as
circunstâncias da vida, estão os enganos e as desilusões. Os enganos e as
desilusões são como danos colaterais. Não representam, por si só,
circunstâncias da vida, nem são, na verdade, fruto da nossa sabedoria ou inépcia
na forma como as enfrentamos. São, por isso, danos colaterais. São a picada do insecto no meio das árvores, o ruído de fundo num espetáculo ao vivo, os
pisões e os encontrões numa qualquer pista de dança – danos colaterais.
E, ao contrário daquilo em que gostamos de acreditar, não
acontecem apenas numa determinada idade. Não. Acompanham-nos pela vida toda e
atacam-nos pelas costas precisamente quando estamos convictos
que já nada nem ninguém nos surpreenderá. Ah! e tal…o tempo das discotecas já
lá vai. Pois é. Mas os pisões e os encontrões não acontecem só no meio da
multidão.
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