Frases como, Só após a morte do meu pai é que me tornei homem; ou, Os pais, a gente leva-os para a cova, deixam-me a pensar no papel que os progenitores têm ao longo da vida de cada um.
É claro que nem todos os ditos são iguais, como não são iguais todos os filhos. Mas é indiscutível a responsabilidade na formação daqueles a quem se dá a vida, e o peso que os problemas mal resolvidos têm na relação entre uns e outros e, consequentemente, no resultado final.
É raro não se escutarem queixas, das filhas em relação às mães, e dos filhos em relação aos pais. Não sou Freud. Não me vou pôr aqui a tecer considerações sobre complexos de Édipo ou de Electra. Mas que as queixas têm, na sua maioria, estas direções, é um facto por mim, e provavelmente por outros, altamente comprovado.
Ora, a não ser que se siga a sugestão de Kant e se contrate um ser superior para educar as gerações vindouras, e nessa impossibilidade, o melhor mesmo é contentarmo-nos com os nossos legados fazendo de tudo para sermos felizes antes de termos filhos ou, para quem nem os chega a ter, o mais depressa possível, considerando que o tempo começa a contar no início da idade adulta, evitando assim algumas taras e manias que advêm dos rancores e das zangas mal resolvidas.
Sobretudo é fundamental que se proceda ao perdão antes da morte do progenitor em questão porque, se se prolongam os lamentos para lá dela, já não há volta a dar ou o trabalho será muito mais duro.
A única coisa que me anima é esta sensação de esbatimento, resultado de um cada vez mais vasto conhecimento. É que seres superiores, dificilmente viremos a ser, mas podemos, lá isso podemos, aperfeiçoarmo-nos um pouco mais.
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