Por cá pararam as construções. Um prédio grande, uma escola, deixou-se ficar pelas paredes inacabadas mal separando as largas galerias. O lixo deixa-se acumular nos contentores modernos, redondos e cinzentos, que transpiram higiene, incapazes já de conter sacos e saquinhos que as gentes vão depositando em volta. Os muitos cestos, estrategicamente espalhados pela nova urbanização ladeada de arbustos e plantas secas, acumulam saquinhos pretos com nó na ponta depositados por quem ainda acredita que vale a pena manter uma certa civilidade e não desiste da recolha dos excrementos largados pelos animais de estimação.
Valem-nos os caminhos pedestres e os bancos de jardim depositados debaixo dos pinheiros altos e que nos levam mata adentro. Vale-nos o cheiro que a caruma que atapeta o chão exala. Vale-nos aquilo que já era, que sempre foi, e que desejamos – sempre será. Pelo menos até ao fim dos tempos.
Sinto a degradação nas pequenas coisas. Nas coisas dos homens. E volto a refugiar-me nas grandes coisas. Nas coisas dos deuses.
2 comentários:
Antígona, querida, acho que esse refúgio me faz falta... E não sei porquê, não o encontro...
Tens de o procurar na Natureza :):) não existe em mais lugar nenhum a não ser no seio das matas ou à beira dos rios. Também se encontra no oceano mas não pode ter praia no meio :):).
Vais ficar bem :)
Beijinho
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