quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Aos novos endireitas. Um grande Ámen para eles


São osteopatas na maior parte dos casos. Embora alguns fisioterapeutas sigam já um percurso mais liberto da medicina tradicional e, digamos assim, mais ativo, o facto é que usam menos as mãos do que estes “novos endireitas” que delas fazem os seus instrumentos de trabalho.

Ontem tive um cá em casa. Pegou-me na mão direita, fincou-me os dedos nas costas da dita e exclamou: Como é que a senhora fez isto?! Tem os tendões todos entrelaçados! Sei lá eu como fiz isso! só sei que as dores são tantas que o braço, tal como a mão, deixou de ter préstimo.

Cerca de meia hora depois estava tudo no lugar com o aviso que ainda haveria de doer. Não disse quanto, e eu acordei às três da manhã convencida que me estavam a arrancar o braço a sangue frio. Não sou maricas, não sou. Sou até daquelas pessoas que sofre em silêncio porque acha que se gritar, ou se se queixar, todas as energias fogem para o grito, ou para a queixa, e lá se vão as possibilidades de alívio. Mas, esta madrugada, as dores foram alucinantes. Amaldiçoei o osteopata, pensei em telefonar-lhe – até porque ele teve o cuidado de referir que o seu telefone está à disposição 24 sobre 24 – para o insultar, para que me explicasse porque carga de água tinha vindo cá a casa para aumentar ainda mais o meu sofrimento.

Agora, algumas horas depois desta primeira intervenção, nem acredito que estou aqui a escrever, que consigo, ao contrário de há escassos momentos, segurar no telefone com a mão direita e até, espantem-se, abrir a porta com essa mão! Não estou curada, mas a mim parece-me milagre e hei de dizer-lhe isso amanhã, quando ele cá voltar para a segunda sessão.

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