domingo, 28 de outubro de 2012

O amor


Há sentimentos mais difíceis de digerir do que certos alimentos que nos moem o estômago e nos entopem as entranhas. Há sentimentos inomináveis, extremados, antagónicos, bipolares, que nos semeiam culpas escusadas e irreais, que nos provocam agonias de incapacidade e vertigens de desventura. Sentimentos que nos arrancam a alma e com ela o estômago e o coração aos quais, afinal, está agarrada.

Há sentimentos devastadores, que precisam de grande mestria da parte de quem os sente e de quem os sofre. Mas nenhum, nenhum capaz de nos arruinar se nós não quisermos. Nenhum maior do que nós. Porque o único que vale a pena – o amor – ao contrário do que diz o poeta, que como tantos o confundiu, é incapaz de devastar. Incapaz de levar ou entupir entranhas. Incapaz de semear culpas ou de provocar agonias de incapacidade.

O amor é extraordinário, brilhante, majestoso, gloriosamente humilde e generoso. O amor só é feliz na dádiva. O amor regozija-se perante a alegria e a felicidade de quem se ama, venha ela de onde vier. O amor é sábio. É livre. É poderosíssimo. E é uma pena que nós, simples, mesquinhos e vis humanos, sejamos tão incapazes de o sentir.

1 comentário:

gina henrique disse...

O ultimo paragrafo é uma das mais maravilhosas definições do amor, mas nós somos capazes e sentimo-lo tantas vezes caramba mas não por toda a gente pois como bem diz a menina nós afinal somos humanos e depois só mesmo Cristo para amar todo o mundo, não é ?!