Mais do que os transtornos do dia-a-dia, transtorna-me a possível consciência do papel que cada um de nós desempenha nesta sociedade que parece ter sido construída por todos mas que foi construída por poucos com a complacência da maioria.
Imaginarmo-nos como marionetas – para recorrer a um já gasto paralelismo – nas mãos de meia dúzia de gajos, sendo que é precisamente essa meia dúzia que aproveita bem o tempo que por cá passa sem deixar de assegurar que esse bem-estar se fixará o mais eternamente possível dentro das suas próprias casas, alimentando filhos, netos e bisnetos, deixa-me agoniada.
Porque gostava que todos vivêssemos bem? Sim. Mas principalmente porque gostava, eu, de viver bem - de não ter mais preocupações do que aquelas que se prendem com a manutenção de um estado de coisas; de poder desfrutar de todos os maravilhosos lugares que a Terra ainda tem para oferecer; de poder ter momentos de paz, apesar da desgraceira que graça por esse mundo fora. E consegui-lo-ia? Não, se soubesse realmente o que se passa que é o que não acontece quando se vive à parte, retirado do «mundo real» onde a plebe se debate com a sua própria sobrevivência sem ter tempo nem cabeça para pensar no porquê da sua primária condição.
Pensar cansa, dizia Pessoa. Pensar cansa e pode transtornar-nos. Imaginem que tudo, mas tudo, o que acontece, não é por acaso e, não o sendo, não tem, nem nunca teve, a intenção de realmente melhorar a vida da maioria, antes manter a condição de uma minoria, tão minoria que se pode, quase, contar pelos dedos.
Imaginem que guerras e invasões; desastres ecológicos, do tipo daquele que espalhou pelo oceano litros e litros de petróleo, e crises financeiras têm como único objectivo, mesmo que tal não pareça, a continuação e o reforço de um determinado estado de coisas que só beneficia meia dúzia. Imaginem…
Não se sentem agoniados? Eu sinto-me. Talvez porque ainda não me conformei com o meu papel de marioneta…
Imaginarmo-nos como marionetas – para recorrer a um já gasto paralelismo – nas mãos de meia dúzia de gajos, sendo que é precisamente essa meia dúzia que aproveita bem o tempo que por cá passa sem deixar de assegurar que esse bem-estar se fixará o mais eternamente possível dentro das suas próprias casas, alimentando filhos, netos e bisnetos, deixa-me agoniada.
Porque gostava que todos vivêssemos bem? Sim. Mas principalmente porque gostava, eu, de viver bem - de não ter mais preocupações do que aquelas que se prendem com a manutenção de um estado de coisas; de poder desfrutar de todos os maravilhosos lugares que a Terra ainda tem para oferecer; de poder ter momentos de paz, apesar da desgraceira que graça por esse mundo fora. E consegui-lo-ia? Não, se soubesse realmente o que se passa que é o que não acontece quando se vive à parte, retirado do «mundo real» onde a plebe se debate com a sua própria sobrevivência sem ter tempo nem cabeça para pensar no porquê da sua primária condição.
Pensar cansa, dizia Pessoa. Pensar cansa e pode transtornar-nos. Imaginem que tudo, mas tudo, o que acontece, não é por acaso e, não o sendo, não tem, nem nunca teve, a intenção de realmente melhorar a vida da maioria, antes manter a condição de uma minoria, tão minoria que se pode, quase, contar pelos dedos.
Imaginem que guerras e invasões; desastres ecológicos, do tipo daquele que espalhou pelo oceano litros e litros de petróleo, e crises financeiras têm como único objectivo, mesmo que tal não pareça, a continuação e o reforço de um determinado estado de coisas que só beneficia meia dúzia. Imaginem…
Não se sentem agoniados? Eu sinto-me. Talvez porque ainda não me conformei com o meu papel de marioneta…
3 comentários:
Acredito que há meia-dúzia de mãos por detrás de grande parte do que se passa no mundo ao nível político e económico - incluindo guerras, as que se lutam e as que se ignoram. Que o que se sabe sobre o estado geral do ecossistema terrestre é uma pequena parte do todo conhecido por uma meia-dúzia. Não quero (ainda) crer que desastres como o da BP sejam provocados.
Não digo que tenha sido propositado, mas mesmo o que não são propositados são muitíssimo bem aproveitados pela ordem vigente.
Muito bem Miga. Ainda ontem ouvi um gajo na tv, a dizer aquela célebre frase do JFK - o que podes fazer pelo teu país, etc etc. Mais!!!!!! Com que lhes dou (damos), só se lhes entregar as cuecas.Com 3 dias de uso. lol
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