quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Reencontros

Éramos três. Dois rapazes, uma rapariga. Dois brancos, um preto. Inseparáveis. Nos primeiros anos do liceu, para onde ia um, íamos todos. Magros, brincávamos com as nossas parecenças. Gostávamos de dizer que, embora não fossemos irmãos, tínhamos sido feitos com o mesmo molde.
Fomos crescendo; começaram os namoros; fomo-nos afastando até que eu voei para a Holanda e, pouco tempo depois, um deles também. Eu voltei, ele ficou. Perdemos o contacto. Lembro-me dele muitas vezes e, em conjunto com um outro amigo que não o primeiro, esse nunca mais o vi, procurámo-lo no Facebook mas nada, nem sombra! Houve momentos em que nos passou o pior pela cabeça…
Há coisa de dois ou três dias, numa bomba de gasolina, um condutor duma carrinha deu-me passagem. Não me olhou mas eu olhei-o – era um do trio, o branco, o que ficou por cá! Ainda lhe fiz sinal mas, como eu não aproveitei a oportunidade de passagem, ele desapareceu no meio do trânsito. Deu para ver que está bem. E gordo!
Hoje, esse outro amigo que comigo lembra o que não voltou, ligou-me para me dizer que o I. estava cá!
Andei de beco em beco para me lembrar da morada da família. Passaram mais de vinte anos! Encontrei a mãe e, numa outra casa que não a dela, o filho.
Abraçámo-nos de lágrimas nos olhos. Está bem. Muito bem. E, tal como o outro – bastante maior! Gostei tanto de o rever!

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