Quo Vadis foi
publicado em 1895 e, tendo como trama central uma história de amor, fala-nos da
perseguição aos cristãos, levada a cabo pelos romanos. O seu autor, Henryk
Sienkievicz, foi um polaco que viveu entre 1846 e 1916.
Li este livro quando era miúda. Mais tarde vi o filme que se
repete ano após ano, principalmente na altura da Páscoa, na televisão
portuguesa. A leitura do livro deixou-me impressionada, na época. O filme, de
tão repetido, fez-me esquecer a expressão que o autor usou para definir a sua
obra - Quo Vadis?
Foi esta expressão que me veio à memória esta manhã ao
recordar as notícias que ontem li sobre a Grécia. Não se tratou de nenhum
destaque. Antes uma daquelas notícias a que chamam breves, que enchem as
margens de certas páginas e às quais eu gosto de dar importância porque, ao
manter-me afastada dos noticiários – sim, é o que tenho feito -, é lá, nas
breves, que encontro por vezes o que importa mas que, porque já passou, deixou
de ser principal. Refiro-me ao encerramento da estação pública de televisão, na
Grécia, e aos elogios que a troika fez ao presidente grego, semelhantes àqueles
que os professores, ou os pais, fazem aos filhos quando eles se portam bem. Foi
essa sucessão de breves notícias, que, aparecendo separadas podem criar, a quem
anda cego, uma certa ilusão de não ter nada a ver o cú com as calças mas que me
deixou, a mim, agoniada e me trouxe, esta manhã, à memória, a expressão com que
me apeteceu batizar este desabafo e a subsequente história da perseguição aos
cristãos.
Quo Vadis? Nós?
Onde vamos? Para onde vamos? O que é isto meu Deus?! Quem são estas criaturas
que entram assim pela casa dos outros adentro e mudam os móveis?! E depois, por
um breve instante, veio-me à cabeça algo ainda mais elaborado, assim ao jeito da
teoria da conspiração – e se isto anda a ser planeado há uma série de anos? E se,
no meio de gente séria, honesta, carregada de boas intenções, houve sempre um
diabo manipulador que, à laia das artes marciais, tem utilizado a força do
adversário para lhe cavar a sepultura? E se estivermos, mesmo, todos fodidos?
2 comentários:
Pardon my french??... :)
( Estamos minha querida, olha que se calhar estamos mesmo...)
Estamos todos, mas nem todos :)
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