sexta-feira, 21 de maio de 2010

Há dias assim

Há dias em que vacilo entre a exaustão e o incómodo, quase ansiedade, que me causa o dever não cumprido. O corpo pede-me um pouco de descanso e a cabeça e o coração param na urgência de andar para frente, de tomar medidas, de não parar para não morrer.
Os sinais vêm de todo o lado, é o estômago que se aperta, o coração que dispara, a cabeça que dói ao mesmo tempo que os olhos se fecham e os membros entorpecem, de calor e de cansaço.
Perspectivo o Verão já preparado, já agendado, mas na incerteza, sempre na incerteza e no medo que a incerteza trás. Ilusório ou não, é um medo que se esvai quando me mexo, quando faço, quando resolvo, ou acho que sim.
É por isso que enquanto estou parada, enquanto obedeço ao cansaço, o meu coração não descansa. Mas não é no cansaço que se resolvem coisas, que se abordam pessoas, que se tomam decisões. Porque neste mundo o cansaço, o medo e as incertezas confundem-se com incapacidades. Cheiram-se à distância. É preciso respirar fundo, dormir uma noite bem dormida, erguer a cabeça e lutar.
Amanhã será outro dia. Hoje, vou descansar.

1 comentário:

CF disse...

Antígona, faz isso. O nosso corpo, interna e exteriormente, farta-se de nos dar sinais de cansaço, que desvalorizamos com frequência, sem devermos. Ele sabe o que faz...