sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Do respeito

Desconfio que já aqui referi este tema - em mais de mil pequenos textos é natural que me repita - se for esse o caso considerem que não se trata de uma repetição mas de uma «alembradura». Eu não me repito, «alembro-me». E ele há temas que devem ser «alembrados».
Se me contradisser, é porque estou a evoluir. Se me mantiver firme nas minhas convicções, é porque há muito que finalizei o meu processo evolutivo (hihihihi).

Infelizmente a imagem que tenho dos seniores mais cresciditos da nossa praça não é muito abonatória no que concerne à educação. Tenho por mim que não a tiveram esmerada e não é à toa que digo isto - trata-se de largos anos de experiência a levar com idosos a quererem furar filas; a empurrarem sempre que podem; a não pedirem licença para nada, como se a idade lhes trouxesse o estranho direito de ignorar os outros, principalmente os mais novos. Provavelmente porque era moda lidar com os mais novos como se eles não fizessem parte do mundo. Párias, sem direitos!
Ontem constatei que afinal não é bicho que tenha dado na fruta nacional porque, se de bicho da fruta se trata, ele propagou-se por longínquas paragens.
No jardim de Belém tive de explicar a um estrangeiro que o facto de ele ser velho não significa que possa empurrar, isso mesmo - empurrar, porque foi o que ele fez - duas crianças para o lado, de forma a arranjar espaço para sentar um rabo gordo que ocupa, bem à vontade, dois lugares! (Note-se que éramos nove de vários tamanhos a ocupar um pequeno banco de jardim, do qual ele decidiu usurpar um cantinho assim que para isso teve oportunidade!). Nem: Dá-me licença; nem: Desculpe, estou cansado; nem o raio que o parta! Nada! Respeito, zero!
Estas criaturas não foram respeitadas em criança. Fazem parte de um tipo de educação em que às crianças não são dadas oportunidades de se manifestarem, e de uma época em que poucos sabiam que elas, as crianças, aprendem por imitação. Logo, se forem respeitadas, respeitarão - foi o que tive de explicar ao senhor que ainda por cima era mentiroso e dissimulado, convencido que eu não tinha assistido, de corpo presente e olhar vivo, à cena em questão.
Vamos lá a ver mas é se aprendem a respeitar os mais novos, que lá pelo facto de andarem por cá há menos tempo não merecem menos respeito por isso! Para além de que, já que o futuro se perspectiva tão desastroso, ao menos que daqui a uns anitos tenhamos um mundo de gente respeitadora. Já seria uma bela de uma evolução!

4 comentários:

Goldfish disse...

É nesse tipo de coisas que "de pequenino se torce o pepino". Não é com a idade que a educação e o respeito surgem, é com a sua instigação (e imposição, até) desde a mais tenra idade!

Sputnick disse...

Com li algures - não respeite alguém, só querque esse alguém tem cabelos brancos, pois os filhos da puta, também envelhecem. :):)

Sandra disse...

Epá se há coisa para a qual tenho tolerância zero é para faltas de respeito, consideração e educação.

E mais nao digo, senão...salta-me a tampa

bjs

Anónimo disse...

Nem mais. Beijinhos. Maria_S