Não é que eu goste de andar à chuva, não gosto. Mas gosto do cheiro da terra molhada e gosto do verde que nasce da chuva, disso gosto.
No entanto pouco importa aqui o que eu gosto ou deixo de gostar. O que importa verdadeiramente é que todo este azul por cima das nossas cabeças nos traz enganos, como se estivéssemos a ser levados pela mão por um demónio disfarçado de anjo e sorridentes caminhássemos para uma aridez indesejável da qual ainda não conhecemos os contornos quanto mais o núcleo.
Debaixo deste sol maravilhoso que apesar de brilhar me obriga a manter o aquecimento ligado como em ano nenhum me lembro, sinto cada vez mais que não sei para onde vou nem o que me espera amanhã e, sendo assim, tomara eu que chovesse a cântaros e que todas as ruas e todas as casas e todos os carros e todas as mentes se lavassem e, num novo amanhecer, inspirássemos o cheiro da terra molhada.
2 comentários:
Isso é que era...
viagensnomeucaderno.blogspot.com
a cântaros não... muita, mas devagarinho.
Enviar um comentário