A luz entra pelas frinchas das persianas; ouve-se um estore a subir e uma porta a bater; uns pés arrastam um corpo que preferia ter ficado deitado. É manhã. A casa está aquecida, por enquanto…, lá fora brilha o sol mas sente-se um frio cada vez mais pesado. Não chove. Como num filme em slow motion a vida desperta. Manoel de Oliveira perder-se-ia tempos sem fim em duas nuvens cinzentas que mancham um céu quase transparente ameaçando chuva, quando todos sabemos que isso nunca irá acontecer. Não hoje. Nem amanhã. Pelo menos é o que diz o Instituto de Meteorologia. Frio, sem chuva. Provavelmente é ano de seca e os agricultores já se queixam. Vamos lá a ver se têm alguma sorte com os subsídios ou se as consequências da ausência de chuva terão de ser as mesmas do antigamente, quando não havia dinheiros de fora…
Sem comentários:
Enviar um comentário