O meu primeiro filho, que é mulher, nasceu faz hoje 32 anos. Só bastante mais tarde tive consciência do significado que o 8 de Março pode ter para as mulheres de todo o mundo, ou deveria mas não tem. Não me recordo se meses se anos. Sei que enquanto me deixei ser graciosamente absorvida pela minha nova condição de mãe, isso me passou ao lado.
Hoje festejo o aniversário de quem é para mim mais do que tudo e desejo, em surdina para que o eco me toque a alma porque só as palavras que brotam da alma voam, que as mulheres vençam enfim uma batalha de tantos séculos sem retribuírem as benfeitorias de que têm sido alvos. Desejo em surdina que cada mulher possa SER, sem ter de provar, lutando, mais do que aquilo que é exigido a cada homem. Desejo, em surdina, que o mundo se levante e em uníssono grite sempre que uma rapariguinha, em qualquer parte do mundo, for amputada. Desejo em surdina que o mundo se levante e em uníssono grite, sempre que uma mulher for morta, violada, explorada, mal tratada.
E, já agora, faço minhas as palavras de uma secretária de Estado que ouvi hoje na Antena2 – Já era tempo de se aplicarem coimas pesadas a todas as empresas que não cumpram a lei da igualdade de género.
1 comentário:
:) Concordo. Tb escrevi sobre a nossa luta. Irrita-me que tenha de ser assim... ( Parabéns...Muitos parabéns.)
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