Num mail, uma amiga reclama a minha presença – tem um produto para me mostrar; num outro, uma conhecida faz-me o mesmo pedido – algo de inédito com muito sucesso em Portugal. Aceitei a segunda avisando à partida que a minha disponibilidade para comprar seja o que for é nenhuma. Não quer vender, quer mostrar…À primeira ainda não respondi porque gostava de ter uma alternativa para lhe oferecer, qualquer coisa de mais sólido, mais fiável. Dói-me a sua condição, mais do que a daqueles que mal conheço e que me dói também. Estão aqui, à minha frente, nunca estiveram tão perto. Hoje mesmo, um pai aflito veio pedir-me uma manigância para conseguir receber uns extras do seguro que cobre as despesas de um acidente grave que o filho mais novo sofreu. Precisa desse extra. Quem não precisa?! Num misto de zanga e dor fiz-lhe ver por A mais B que não o posso ajudar. Estão aqui, à minha frente, cada vez mais próximos. Existem. São reais, não são produto de nenhuma imaginação mais fértil.
E eu, numa atitude que costumo criticar nos outros, ando a fazer de conta que está tudo bem, que seja o que for que esteja a acontecer ultrapassar-se-á. E esforço-me, cada vez mais, por acreditar que querer é poder, apesar de sentir que, à medida que o tempo passa e a realidade nos tolhe, teremos de ultrapassar a seca e encontrar forma de regar esse querer, não vá ele definhar.
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