Por momentos pensei que esta palavra tinha sido riscada do dicionário. Depois percebi que não, que eram os meus olhos que se recusavam a vê-la, tal é a aversão!
Adjectivo uniforme, significa, segundo o Dicionário de 2009 da Porto Editora, o “que não é possível; que não pode existir; que não pode realizar-se; irrealizável; que é estranho e invulgar, aparentemente desafiando as leis da razão (…)”, matematicamente falando, o impossível reduz-se a uma equação ou problema sem solução.
De todos os dicionários que tenho cá em casa, este é o único que não acrescenta à definição da palavra, a não ser no que se refere à Matemática, o seguinte: “…demasiado difícil de fazer ou conseguir (Houaiss); muitíssimo difícil de fazer ou conseguir (Grande Dicionário da Língua Portuguesa – José Pedro Machado); aquilo (…) que é de grande dificuldade (Lexicoteca – Círculo dos Leitores).
Ora estas definições deixam em aberto possibilidades que o Dicionário da Porto Editora ignora – a possibilidade dentro da impossibilidade. É difícil, tudo bem. Mas não é IMPOSSÍVEL.
Nesse caso estamos perante uma palavra cuja realidade não existe. A palavra existe para definir algo que não existe – o impossível.
Foi isso que tentei explicar hoje a um garoto que gosta de pronunciar a palavra e que, mais grave ainda, acredita nela!
É claro que não lhe expliquei assim! Não sou doida! Antes lhe recordei todos os impossíveis da História que se foram tornando, ao longo do tempo, em vulgaridades e fi-lo ver que tudo indica que será sempre esse o caminho dos ditos – mais cedo ou mais tarde, tenham lá eles o grau de dificuldade que tiverem, acabarão por se transformar em banalidades.
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