quinta-feira, 12 de março de 2009

Contrariedades

Ultimamente a minha vida rodeou-se de estranhos ruídos.
Ontem acordei à uma e um quarto da manhã com aquilo que me parecia ser um martelo no seu melhor desempenho. Assim de repente julguei que fosse sonho ou coisa parecida. Depois veio-me à ideia que talvez tivesse acontecido uma desgraça qualquer. O barulho tornou-se insuportável. Um batuque imenso Tum Tum Tum , ritmado e violento – Tum Tum Tum, infligido na mesma parede em que a minha cama encosta.
Percebi que se tratava dos vizinhos de cima quando ouvi gemer.
Há um ano que me mudei para aquela casa. Os vizinhos são os mesmos e isto nunca tinha acontecido. Não pude deixar de me lembrar daquela anedota do velhote que grita, feliz e de dedo no ar – É hoje! É hoje!
Mas dizia eu que os ruídos, ultimamente, têm-se sentido atraídos por mim.
Chego ao local de trabalho. Sento-me na cadeira. Ligo o computador e, quase imediatamente, um berbequim inicia o seu trabalho algures por este prédio fora. Passada uma meia hora, já de cabeça em água com o êêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê………………., levanto-me e tento perceber de onde vem o barulho. Vagueio pela sala de ouvido alerta. Escuto…escuto e…eis senão quando…paro junto ao computador!
Vai de ligar para o representante. Pois…e mais daqui e mais dali… temos de levantar o computador e trazê-lo para as nossas oficinas onde será premiado com cerca de quinze dias de férias. Isso é que não pode ser, digo eu. Isto é uma empresa e não podemos estar quinze dias sem o computador. Nesse caso, diz o rapaz que não pára de me tratar por senhora fulana de tal (antigamente as senhoras eram donas e as empregadas domésticas, um pouco mais velhotas, eram as senhoras. Agora somos todas senhoras. Antes fossemos todas donas…), pode abrir o computador e retirar-lhe a placa gráfica porque é daí que vem o ruído. Então e isso não me vai fazer falta? Não, deixa lá ficar a integrada e mais lá para o Verão, quando puder não ter computador, volta a instalar a gráfica e chama-nos que vamos aí buscá-lo. Então e porque é que não mandam cá alguém buscar a placa e quando estiver arranjada passam por cá para a instalar? AH! É porque esse procedimento não faz parte do contrato de garantia. Mas pode-se fazer? Pode, mas não está no contrato. Mas então o que me está a dizer é que o problema pode ser resolvido com uma certa facilidade, sem me levar daqui o computador, e só não é porque o contrato não o permite? Compreenda, pedia ele, não está nas nossas mãos.
Pergunto-me nas mãos de quem estará!
Vou ver se arranjo alguém que me tire a placa gráfica porque, parece que se pode…não é permitido. Mas pode-se.


Sem comentários: