Acabei de ver um pequeno vídeo sobre um quadro pintado por doze crianças de dois anos de idade, que é exposto numa feira internacional de arte, em Espanha. Não houve um único visitante que questionasse a pertinência daquele quadro naquela exposição ou que suspeitasse, sequer, não se tratar de uma obra de arte. Opiniões analíticas sobre a psicologia, o sexo e as intenções do autor, foram manifestadas, bem como perfeitamente aceite o seu valor monetário de quinze mil euros sugerido pela investigadora.
Veio-me à ideia uma outra experiência, que já leva alguns anos, e que consistiu num míni concerto dado em várias estações do metropolitano, sem aviso prévio, por músicos de alta craveira. Durante alguns dias, e espalhados pelas várias estações, os músicos tocaram peças conhecidas, tão divinalmente quanto o fariam em talco, lugar onde é costume encherem plateias. No metro, pelo contrário, ninguém os reconheceu, ou à sua música, e tirando um ou outro que lhes atirou uma pequena moeda, as pessoas circulavam, provavelmente ao ritmo dos sons, mas sem olhar sequer para os tocadores.
A arte aprende-se, ou dever-se-ia aprender, mas numa sociedade marcada por estigmas, ela é exclusiva de certos lugares onde nem sempre é reconhecida e só vale pelo que custa.
4 comentários:
Partilha o vídeo,sff :). Obrigada e bjs.
Antígona, aqui tens um artigo e respectivo video do 2º caso que referes: Joshua Bell no metro de Washington.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/04/04/AR2007040401721.html
É isto mesmo XR :) Obrigada :)
Já vi cantores e tocadores de rua, dignos de actuarem numa grande sala. A farpela, marketing, produção, etc em muitos casos fazem a diferença que não deveria existir. Beijinhos.
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