Numa época em que o défice de atenção, o desinteresse e a desmotivação
não param de crescer, vêm uns cérebros brilhantes com soluções à distância
convencidos de que o que falta são os métodos passíveis de serem transmitidos
via internet ou em cardápios de soluções à la carte ao dispor do consumidor em
qualquer escaparate.
Vale tudo menos a assunção da responsabilidade que temos na
distância cada vez maior que se interpõe entre pais e filhos; professores e alunos; adultos e crianças.
É que é essa distância a responsável pelas crises de
indisciplina que tanto brado têm dado nos meios educativos. É essa distância a
responsável pelo desinteresse e a desmotivação da maior parte das nossas
crianças. É essa distância, essa impessoalidade; essa ausência de afeto que os
afastam cada vez mais de nós e daquilo que acreditamos ser necessário ao seu
crescimento; à sua preparação para enfrentar um mundo que todos os dias muda e
de tal forma muda que ninguém sabe, nem prevê, como será aquele que os agora
mais do que jovens terão de enfrentar.
Uma coisa é certa – a proximidade, o interesse, o afeto são
ferramentas estruturantes preciosíssimas que nenhum ensino à distância poderá
algum dia substituir.
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