Não que não o dê, mas não o dou demasiado.
Se me pudesse confessar, gritaria a raiva do mundo.
Não que não perdoe. Mas esquecer, não esqueço - não sou capaz de ir tão fundo.
Se me pudesse confessar, diria que o amor endureceu.
Não que não viva. Mas tudo nele morreu.
Se me pudesse confessar, abriria a minha boca e de lá
sairiam coisas extraordinárias,
Tão extraordinárias como as coisas que ninguém espera que
saiam da minha boca.
Se me pudesse confessar, o mar revoltar-se-ia levando consigo
o Tejo.
Se me pudesse confessar.
Se me pudesse confessar, usaria as unhas para rasgar a carne
coberta de todos os males.
Se me pudesse confessar, todos os montes, de todas as
serras, chorariam.
Se me pudesse confessar.
Se me pudesse confessar, todos os rios secariam
todos os peixes morreriam
todas as folhas cairiam
Se me pudesse confessar.
E as flores,
essas,
não mais floririam.
E nem o sol
aqueceria.
Se eu me pudesse
confessar.
5 comentários:
E podes, ora... E espero que o faças a sério... :)
Amiga...
Que fizeste tu nas palavras que escreveste? Para mim foi uma confissão...
Um beijito
Pois bem,
Confessa-te ao espelho!
Vai ao fundo de ti mesmo, sem medos nem extravagâncias.
No atrevimento de visitar-te perceberias o quão insignificante és para que as serras deixem de chorar.
Vislumbrarias a maravilha de estar vivo.
Perceberias então o quão bom é perceber que os rios correm
Os peixes vivem e as flores sobrevivem à raiva.
Basta para isso Amares.
O Amor é coisa boa e o Tejo está para ficar.
O Sol, esse, é o espelho das tuas confissões, jamais morrerá.
Esquece!
Obrigada a todos :) Isto não é nada mais do que um poema que me deu gozo escrever. Mais ainda - inspirou a C. para um outro que me arrancou um sorriso.
Cristecus, um dia destes escrevemos à desgarrada, hem? :) :)
Hummm, de volta à escrita :)
Gosta-se e sente-se. Beijinho.
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