Faz hoje 29 anos que nasceu o meu primeiro filho.
Nasceu às 5 h 25 m da manhã, pelo que, à hora em que escrevo estas palavras, estava eu em trabalho de parto.
Naquela época não eram permitidas visitas ou acompanhantes nos hospitais civis, e ela nasceu na Maternidade Alfredo da Costa.
Assim, vi-me num quarto com mais uma grávida que, por estar em risco, se encontrava ligada a máquinas que eu nunca tinha visto e que a impediam de se movimentar. Gemia; e eu lembro-me de pensar que era suposto ter medo já que alguém mais velho e mais experiente gemia daquela maneira. Não tive. Não tive medo. Confiei e esperei, pacientemente, que o meu rebento chegasse. Na verdade ansiava por conhecê-lo.
Dias antes tinha sonhado que seria uma menina e tinha-lhe dado um nome. Quando as dores de parto começaram lembro-me perfeitamente de ter tido momentos em que a minha certeza de que só poderia ser um rapaz era inabalável. Nasceu uma menina. Uma menina cheia de caracóis que eu reconheci imediatamente e à qual já tinha dado nome.
Nunca me senti sozinha. Nem mesmo quando assim fiquei, meio abandonada, naquele grande hospital. Ela acompanhou-me sempre. Trouxe-me confiança e muita, muita serenidade. Pelo menos até começar a crescer e a pôr à prova a minha maturidade construída, diga-se em abono da verdade, um pouco à pressa.
Há pouco despedi-me dela – até amanhã. O seu carro seguiu o meu até onde foi possível e o meu braço saiu da janela para lhe acenar na bifurcação que nos levou cada uma para o seu lado.
É assim a vida. A testar constantemente a nossa capacidade de adaptação. A nossa capacidade de estar e ser quando é preciso e de nos afastarmos quando tem de ser.
Faz hoje 29 anos que nasceu o meu primeiro filho e parece que foi ontem. Presentes estão todos os cheiros, todos os receios, todas as dores, todos os risos e a extrema alegria e gratidão de quem é mãe pela primeira vez.
Que a minha filha goze sempre de boa saúde; que as suas alegrias sejam incontáveis; que a fortuna a acompanhe sempre e que o amor lhe surja na sua forma mais gloriosa. Que a sua vida seja longa e plena. Que daqui a muitos, muitos anos, todas as suas recordações sejam de alegria para que os seus descendentes se possam maravilhar com elas, mais ainda do que nós hoje nos maravilhámos com as recordações dos seus avós.
Nasceu às 5 h 25 m da manhã, pelo que, à hora em que escrevo estas palavras, estava eu em trabalho de parto.
Naquela época não eram permitidas visitas ou acompanhantes nos hospitais civis, e ela nasceu na Maternidade Alfredo da Costa.
Assim, vi-me num quarto com mais uma grávida que, por estar em risco, se encontrava ligada a máquinas que eu nunca tinha visto e que a impediam de se movimentar. Gemia; e eu lembro-me de pensar que era suposto ter medo já que alguém mais velho e mais experiente gemia daquela maneira. Não tive. Não tive medo. Confiei e esperei, pacientemente, que o meu rebento chegasse. Na verdade ansiava por conhecê-lo.
Dias antes tinha sonhado que seria uma menina e tinha-lhe dado um nome. Quando as dores de parto começaram lembro-me perfeitamente de ter tido momentos em que a minha certeza de que só poderia ser um rapaz era inabalável. Nasceu uma menina. Uma menina cheia de caracóis que eu reconheci imediatamente e à qual já tinha dado nome.
Nunca me senti sozinha. Nem mesmo quando assim fiquei, meio abandonada, naquele grande hospital. Ela acompanhou-me sempre. Trouxe-me confiança e muita, muita serenidade. Pelo menos até começar a crescer e a pôr à prova a minha maturidade construída, diga-se em abono da verdade, um pouco à pressa.
Há pouco despedi-me dela – até amanhã. O seu carro seguiu o meu até onde foi possível e o meu braço saiu da janela para lhe acenar na bifurcação que nos levou cada uma para o seu lado.
É assim a vida. A testar constantemente a nossa capacidade de adaptação. A nossa capacidade de estar e ser quando é preciso e de nos afastarmos quando tem de ser.
Faz hoje 29 anos que nasceu o meu primeiro filho e parece que foi ontem. Presentes estão todos os cheiros, todos os receios, todas as dores, todos os risos e a extrema alegria e gratidão de quem é mãe pela primeira vez.
Que a minha filha goze sempre de boa saúde; que as suas alegrias sejam incontáveis; que a fortuna a acompanhe sempre e que o amor lhe surja na sua forma mais gloriosa. Que a sua vida seja longa e plena. Que daqui a muitos, muitos anos, todas as suas recordações sejam de alegria para que os seus descendentes se possam maravilhar com elas, mais ainda do que nós hoje nos maravilhámos com as recordações dos seus avós.
3 comentários:
Oh páaaa!Só vi hoje! Está muito lindo. Quase (quase) que chorei. Gosto de ti até ao infinito ir e voltar 10 vezes.
E eu de ti minha querida :)
Está lindo lindo! Parabéns à mamãe também :)
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