Tenho 50 anos por enquanto, mais dois meses e estou nos 51. Desde os 35 que não tenho patrões. O que equivale a dizer que estou desempregada desde essa altura. Quando, aos 37, fiquei sozinha, decidi voltar a estudar. Consegui entrar numa Universidade pública e regozijei-me. Tratava-se de um sonho antigo, sempre adiado por várias circunstâncias, umas bastante adversas, outras nem tanto.
Ainda assim, com Universidade ou sem Universidade, continuei desempregada. A crise em Portugal dura desde sempre e ninguém aos quarenta anos consegue emprego em lado nenhum. Inventei trabalho. É verdade, o trabalho também se inventa. Inventei trabalho e voltei a estar acompanhada. Lembro-me do sossego que senti nessa altura. Foi um daqueles momentos em que a vida nos deixa respirar. Parecia ter tudo – trabalho, amor e dinheiro.
Mas o amor durou pouco e eu voltei a ficar sozinha. Tinha 45 anos e menos força, pensava eu. O trabalho continuou, como uma luta constante. Um não me vencem. Um hei-de conseguir aguentar o barco. Mas o barco foi-se afundando e eu vi-me na iminência de vender a casa onde vivi a maior parte da minha vida de casada, onde criei os meus filhos.
Assim, aos 49 anos, com a ajuda de um velho amigo, despejei uma casa de três pisos e quase duas décadas de memórias. Uma casa que era lar e local de trabalho. Despejei a minha vida e desfiz-me de quase tudo. Parti para outra, de corpo cansado e coração desfeito, mudei de terra, mudei de vida.
Há cinco meses formei uma empresa. Formei uma empresa em plena crise. Mas eu estou, não estamos todos?, habituada às crises. Formei uma empresa e estou a fazer aquilo que gosto, aquilo que sei. E sei que vai ter sucesso. Sei-o porque eu não sou de desistir.
Recuperei, assim, o trabalho. Quanto ao dinheiro, continua a ser uma luta. Estica-se daqui, encolhe-se dacolá. É prática corrente. Não é novidade para ninguém; ou quase ninguém…
E o amor? Onde anda ele? Perguntar-se-á.
Não anda. Mas andará. A seu tempo, andará. Ou voltará a andar…
Na vida as coisas não acontecem. Somos nós que as fazemos acontecer.
Provavelmente o amor já se cruzou comigo várias vezes e eu não o reconheci. Provavelmente não estava preparada para ele. Temos de estar preparados para as coisas se as quisermos encaixar nas nossas vidas. Para deixar o amor entrar é fundamental uma coisa – saber amar.
Eu ando a aprender. Todos os dias.
Ainda assim, com Universidade ou sem Universidade, continuei desempregada. A crise em Portugal dura desde sempre e ninguém aos quarenta anos consegue emprego em lado nenhum. Inventei trabalho. É verdade, o trabalho também se inventa. Inventei trabalho e voltei a estar acompanhada. Lembro-me do sossego que senti nessa altura. Foi um daqueles momentos em que a vida nos deixa respirar. Parecia ter tudo – trabalho, amor e dinheiro.
Mas o amor durou pouco e eu voltei a ficar sozinha. Tinha 45 anos e menos força, pensava eu. O trabalho continuou, como uma luta constante. Um não me vencem. Um hei-de conseguir aguentar o barco. Mas o barco foi-se afundando e eu vi-me na iminência de vender a casa onde vivi a maior parte da minha vida de casada, onde criei os meus filhos.
Assim, aos 49 anos, com a ajuda de um velho amigo, despejei uma casa de três pisos e quase duas décadas de memórias. Uma casa que era lar e local de trabalho. Despejei a minha vida e desfiz-me de quase tudo. Parti para outra, de corpo cansado e coração desfeito, mudei de terra, mudei de vida.
Há cinco meses formei uma empresa. Formei uma empresa em plena crise. Mas eu estou, não estamos todos?, habituada às crises. Formei uma empresa e estou a fazer aquilo que gosto, aquilo que sei. E sei que vai ter sucesso. Sei-o porque eu não sou de desistir.
Recuperei, assim, o trabalho. Quanto ao dinheiro, continua a ser uma luta. Estica-se daqui, encolhe-se dacolá. É prática corrente. Não é novidade para ninguém; ou quase ninguém…
E o amor? Onde anda ele? Perguntar-se-á.
Não anda. Mas andará. A seu tempo, andará. Ou voltará a andar…
Na vida as coisas não acontecem. Somos nós que as fazemos acontecer.
Provavelmente o amor já se cruzou comigo várias vezes e eu não o reconheci. Provavelmente não estava preparada para ele. Temos de estar preparados para as coisas se as quisermos encaixar nas nossas vidas. Para deixar o amor entrar é fundamental uma coisa – saber amar.
Eu ando a aprender. Todos os dias.
1 comentário:
Bem "arrancada " esta prosa.
E que sentimentos estão a suportá-la !!!
E que força interior! Lutadora... Sem deixar de acreditar...
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