Há alturas da vida que são fáceis; controláveis, digamos assim. Alturas em que sossegamos na ilusão de tudo estar “sob controlo”.
Outras há menos fáceis, em que nos sentimos a perder o controlo ao mesmo tempo que alimentamos a certeza de que tudo vai ser como dantes.
A coisa fica um bocadinho mais negra quando, em vez da certeza, passamos a alimentar a esperança. Quando entramos no campo do medo, está tudo prestes a desabar.
Qual é a fronteira que separa a ordem do caos é o que me tenho perguntado ultimamente. O estranho é caos; a desordem é caos; o descontrolo é caos.
Uma guerra é trágica, mas não é caótica porque sabemos, ou julgamos saber, que bases a sustentam; porque é que existe; o que se pretende com ela – qual a finalidade da violência que encerra.
O caos é a desordem total; o nonsense; o desvario.
Será reconhecível? Reconhecê-lo-emos nós no meio desta sede de tudo explicarmos? Reconhecê-lo-emos se o virmos? E quando estaremos nós aptos a vê-lo? Primeiro foi França, agora Inglaterra! O que é que se passa com as nossas crianças? O que é que lhes fizemos? Ou não fizemos?
1 comentário:
Querida Antígona, julgo que não fizemos. E temo que continuemos a não fazer...
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