Isto vai ser uma desgraceira só! O euro vai acabar! Volta o escudo, e a miséria não vai ter limites! As pessoas não vão ter dinheiro para pagar as casas! Nem compradas, nem alugadas, nem o c********** É o fim do mundo!
Em cuecas, diriam os meus pais há umas dezenas de anos atrás.
Na boca destes profetas da desgraça o melhor mesmo é tratarmos já de arrumar as botas porque não sobreviveremos ao que aí vem e, a fazê-lo, será debaixo das pontes a comer restos. E o que acontecerá às casas?, pergunto eu. Ficam vazias, ao abandono, a acumularem degradação tal e qual as contas que quando não se pagam acumulam juros de mora? O que acontece aos ricos quando todos os outros deixarem de consumir? Será que se aguentam mutuamente, numa economia fechada onde os bens circulam ali, e só ali? Quem é que já foi ao futuro? Em que altura funcionaram rigorosamente as previsões? Que papel desempenhamos nós nesse futuro que se avizinha tão negro?
Pela parte que me toca recuso-me a baixar os braços, da mesma forma que me recuso a ter medo até porque me sinto incapaz de ver tanta negridão, antes pelo contrário – vejo alguma luz na possibilidade de o meu futuro ser construído por mim com as decisões que for sendo capaz de tomar à medida que as circunstâncias assim o exigirem, sem medos, mas sobretudo sem me deixar envolver naquilo que é o mais perigoso patamar de todos os processos de crise – a lei da sobrevivência. Desumaniza-nos e a desumanização, a existir, será o escorrega mais íngreme e, por isso mesmo, mais rápido, para o caos e para a desgraceira que alguns gostam de apregoar.
Mantenhamos pois as cabeças frias, unamo-nos e não nos esqueçamos nunca de que somos gente e que ser gente significa amar o próximo, ampará-lo, considerá-lo sempre parte da solução e não parte do problema. Significa ser íntegro, moral, justo e digno e significa, sobretudo, ser capaz de não embarcar na vergonhosa “lei” do “salve-se quem puder”. Tanto quanto sei, e mesmo que seja pouco é qualquer coisita, os proveitos que essa lei pode trazer são sempre demasiado efémeros quando não ilusórios. “A união faz a força” é, e sempre foi, uma verdade muito maior.
4 comentários:
Acho que hoje, muito especificamente estou na outra ponta :) Vou num instante ver se me ponho nessa :):)
Contra os profetas da desgraça,é preciso estarmos unidos, porque como referes a união faz a força, e alerta para que nao nos tomem por tolos como se fossemos discipulos de Alberto Joao Jardim,e para desanuviar,aconselho, aos que apesar de tudo,ainda tenham alguns diazitos de férias, que optem por um passeio económico e inesquecível visitando as festas do Povo em Campo Maior, de 27 deste mes a 4 de Setembro,podendo sempre ver video no Ponta Esquerda. Um abraço
Também me recuso a ver tudo tão negro que nem forças tenha para olhar os outros que estão à minha volta! Sim, temos que continuar a acreditar que o mundo é composto de mudanças e que o ser humano saberá evoluir. União, cabeça fria e sensibilidade... parece-me ser tudo bem necessário!
Não sendo possível mudar o passado, mas sendo possível fazer um novo futuro, como diz o Xico César, eu diria que se não houver uma plena tomada de consciência dos números, por parte de todos, principalmente dos que decidem, e sem lirismos,se encontrarem formas de sustentação, isto vai mesmo piorar, a não ser que se faça uma espécie de reset,uma amnistia total, o que sabemos, é utopia.
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