sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Das saudades que não tenho

Um destes dias recebi um mail, daqueles que circulam por aí, a falar de Saudades. Falava de saudades disto e daquilo, de tudo e mais alguma coisa. Saudades do passado e do futuro. Saudades de quem não vive o presente e deixa a vida passar sem lhe dar grande importância por ter, provavelmente, os olhos permanentemente postos no amanhã que nunca chega porque já cá está.
Não me identifiquei com ele, pelo menos no momento em que o li.
É claro que há coisas, momentos talvez, das quais tenho saudades, às vezes. Provavelmente quando sinto a falta de outras. Mas desde que tenho memória de mim que vivo tudo de uma forma tão intensa que não é possível sentir essas saudades tão gerais e tão empedernidas. Desde que me conheço que ponho em tudo o que faço um entusiasmo tão desgarrado que pouco resta de mim para depois. E quando caio, levo tempo a levantar-me porque até as quedas são profundas. Tudo é profundo. E de tal forma que nos entretantos fico sem forças para sentir o que quer que seja.
Talvez por isso precise tanto de momentos de vazio. E talvez por isso, também, não me aventure em grandes voos. Provavelmente queimaria as asas no sol ou morreria de ataque cardíaco.

5 comentários:

Ana disse...

Eu costumo dizer que só tenho saudades do que ainda não vivi...

Blondewithaphd disse...

Acho que só tenho absolutas saudades da Mãe...

Maria_S disse...

E tenho muitas saudades da minha mãe :(

Sandra disse...

Houve fases da minha vida em que vivia no passado. Houve fases da minha vida em que pensava demais no futuro. Agora estou numa fase que penso que quero viver o presente e aproveitá-lo ao máximo.
:)
beijos

XR disse...

Os voos não precisam ser grandes. Basta sentires que és livre para os tentar se quiseres :) e passas a ver o céu de outra forma.