Não gosto de ver pássaros em gaiolas. Nem peixes em aquários. Nem cães em espaços diminutos.
Já tive pássaros, muitos, em gaiolas. Mas acabo sempre por os pôr em liberdade. Uma vez andei semanas a ensinar um a voar.
Quanto aos peixes, acabam sempre por morrer, coitados. Creio que da loucura própria de quem anda, interminavelmente, às voltas e voltas…
Há alguns meses o meu filho aceitou uma prenda da namorada – um canário cantador. Não é um canário qualquer. Parece que tem pedigree. Canta que se desunha. E é amarelo. Baptizámo-lo de Ernesto.
É um passarinho alegre, delicado e, na ausência do filhote, a minha companhia. Gosto de o ouvir e gosto de o olhar. Dou por mim a falar com ele e, sempre que penso que devo estar a ficar doida, olho-o e vejo-lhe a cabecita de lado e os olhitos redondos a olharem para mim. Por momentos acredito que me ouve e que aprecia a minha companhia.
Acabei, inevitavelmente, por desenvolver afeição pelo animal. De resto é sempre assim. Depois acabam por ir primeiro do que eu e é uma chatice. Desde pequena que passo por isso. A casa da minha mãe parecia um jardim zoológico e, pelas lágrimas que acabo sempre por deitar, digo – Nunca mais!
Não serve de nada. Os bichos perseguem-me.
Hoje, estava eu numa animada conversa com o Ernesto quando dei por mim a sentir uma ternura tão grande por ele que só me apetecia agarrá-lo, apertá-lo e dar-lhe beijinhos. Foi aí que pensei que, se calhar, os pássaros existem para nos ensinar o amor platónico. Aquele amor que só pode ser manifestado por actos que não impliquem qualquer espécie de contacto físico. O amor à distância.
Platão dizia que era o mais puro. Sempre achei que o homem, nesse aspecto, não batia bem da bola mas, se calhar faz algum sentido. Se calhar é capaz de ser útil o seu conhecimento. Se calhar…
Já tive pássaros, muitos, em gaiolas. Mas acabo sempre por os pôr em liberdade. Uma vez andei semanas a ensinar um a voar.
Quanto aos peixes, acabam sempre por morrer, coitados. Creio que da loucura própria de quem anda, interminavelmente, às voltas e voltas…
Há alguns meses o meu filho aceitou uma prenda da namorada – um canário cantador. Não é um canário qualquer. Parece que tem pedigree. Canta que se desunha. E é amarelo. Baptizámo-lo de Ernesto.
É um passarinho alegre, delicado e, na ausência do filhote, a minha companhia. Gosto de o ouvir e gosto de o olhar. Dou por mim a falar com ele e, sempre que penso que devo estar a ficar doida, olho-o e vejo-lhe a cabecita de lado e os olhitos redondos a olharem para mim. Por momentos acredito que me ouve e que aprecia a minha companhia.
Acabei, inevitavelmente, por desenvolver afeição pelo animal. De resto é sempre assim. Depois acabam por ir primeiro do que eu e é uma chatice. Desde pequena que passo por isso. A casa da minha mãe parecia um jardim zoológico e, pelas lágrimas que acabo sempre por deitar, digo – Nunca mais!
Não serve de nada. Os bichos perseguem-me.
Hoje, estava eu numa animada conversa com o Ernesto quando dei por mim a sentir uma ternura tão grande por ele que só me apetecia agarrá-lo, apertá-lo e dar-lhe beijinhos. Foi aí que pensei que, se calhar, os pássaros existem para nos ensinar o amor platónico. Aquele amor que só pode ser manifestado por actos que não impliquem qualquer espécie de contacto físico. O amor à distância.
Platão dizia que era o mais puro. Sempre achei que o homem, nesse aspecto, não batia bem da bola mas, se calhar faz algum sentido. Se calhar é capaz de ser útil o seu conhecimento. Se calhar…
1 comentário:
Sim, sim, faz sentido conhecermos e aplicarmos a teoria de Platão na manifestação de afecto a passarinhos. Nada de contacto físico: se os apertarmos, nem que seja um bocadinho, lá se vai o nosso amor!
Quanto ao resto, e dado que o Universo não é só passarinhos, se calhar...é melhor não ficarmos por Platão, fundamentalmente se nos apetecer (e também porque não produz mossa ) apertar/agarrar e dar-lhes beijinhos (palavras da Antígona), tratando-se por exemplo de ... passarinhas ou de passarões!
Sou também incondicionalmente a favor da ideia inicial do post: passarões já em liberdade! Para fora da gaiola!
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