Existem três tipos de solidão.
A solidão como estado de facto; a solidão como estado de alma e a solidão como estado de espírito.
A primeira, atrevo-me a dizer, é uma escolha. Uma escolha de eremitas, já que não a considero presente naquelas pessoas que vivendo, como se diz, sozinhas, têm por companhia um ou outro animal doméstico e, mais ou menos regularmente, sempre vai passando alguém por perto.
A segunda, a solidão como estado de alma, é para mim a mais triste, a mais dolorosa e a mais cruel. É uma solidão que nasce e vive cá dentro, independentemente da multidão que nos rodeia. É aquela solidão que se sente mesmo, ou mais ainda, quando se está rodeado de gente. É a solidão dos eternamente transparentes. É a solidão dos idosos que vivem no seio de famílias que nem para eles olham para não se enfadarem. Ou dos cônjuges que, estando casados e vivos, estão na verdade divorciados e mortos.
Depois há a outra, a solidão como estado de espírito. É, talvez, a menos má de todas. É aquela que se sente quando alguém que amamos parte para outras paragens. Sabemos que continua connosco, sabemos que estará sempre connosco, mas estando longe, deixa saudades. Foi este tipo de solidão que deu origem, em tempos, a esta palavra – saudade, que contém todos os bons desejos que se enviam a quem se ama. Saúde, alegria, e a certeza de que lhes sentimos a falta.
Este tipo de solidão não passa com o tempo e não precisa de tempo nenhum para se instalar. Por vezes até joga por antecipação. Por vezes, quase sempre, basta a certeza da partida para ela se instalar. Perde-se o apetite, a barriga dá voltas e aí está ela, instalada. Não se vê o dia do regresso. Quer-se que o tempo voe.
É este tipo de solidão que eu sinto, neste momento em que regressei a uma casa vazia.
A solidão como estado de facto; a solidão como estado de alma e a solidão como estado de espírito.
A primeira, atrevo-me a dizer, é uma escolha. Uma escolha de eremitas, já que não a considero presente naquelas pessoas que vivendo, como se diz, sozinhas, têm por companhia um ou outro animal doméstico e, mais ou menos regularmente, sempre vai passando alguém por perto.
A segunda, a solidão como estado de alma, é para mim a mais triste, a mais dolorosa e a mais cruel. É uma solidão que nasce e vive cá dentro, independentemente da multidão que nos rodeia. É aquela solidão que se sente mesmo, ou mais ainda, quando se está rodeado de gente. É a solidão dos eternamente transparentes. É a solidão dos idosos que vivem no seio de famílias que nem para eles olham para não se enfadarem. Ou dos cônjuges que, estando casados e vivos, estão na verdade divorciados e mortos.
Depois há a outra, a solidão como estado de espírito. É, talvez, a menos má de todas. É aquela que se sente quando alguém que amamos parte para outras paragens. Sabemos que continua connosco, sabemos que estará sempre connosco, mas estando longe, deixa saudades. Foi este tipo de solidão que deu origem, em tempos, a esta palavra – saudade, que contém todos os bons desejos que se enviam a quem se ama. Saúde, alegria, e a certeza de que lhes sentimos a falta.
Este tipo de solidão não passa com o tempo e não precisa de tempo nenhum para se instalar. Por vezes até joga por antecipação. Por vezes, quase sempre, basta a certeza da partida para ela se instalar. Perde-se o apetite, a barriga dá voltas e aí está ela, instalada. Não se vê o dia do regresso. Quer-se que o tempo voe.
É este tipo de solidão que eu sinto, neste momento em que regressei a uma casa vazia.
6 comentários:
É caso para dizer:
Onde é que eu já li isto?
What ?!
Então A.? No plágio??? - (Provocação gratuita). ;-)
Pois...é que é preciso cuidado com o que se diz e como se diz...
Mas este estimado leitor já se redimiu no post seguinte :):)
Mãe, pensa nisto como umas férias grandes... tá quase!
Como está quase?! Ainda só passaram 3 dias!!! lol
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