sexta-feira, 24 de junho de 2011

Artº 0, § único

Não tenho uma natureza desrespeitadora. Grosso modo aceito regras, normas e leis e entendo-as indispensáveis à boa camaradagem entre iguais. Num mundo com tanta e tão díspar gente será uma forma de manter uma certa harmonia, pelo menos enquanto a humanidade não for suficientemente evoluída para não precisar delas.

No entanto não as engulo em seco. Tenho de as compreender e verificar por mim mesma que não servem apenas um dos lados interessados. Se não, está tudo estragado.

Dizerem-me que não posso aparecer pela manhã quando toda a gente está a fazer a sua higiene e o pessoal anda atarefadíssimo a pôr ordem na desordem, é perfeitamente compreensível até para um espírito de contradição como reconheço que o meu, de vez em quando, é.

Já dizerem-me que só posso entrar às tantas horas; que não posso dar almoço e que tenho de sair do quarto sempre que entra pessoal para o mudar da cama para o cadeirão ou do cadeirão para a cama, é inaceitável.

A partir do meio-dia irei às horas que puder e muito bem me apetecer, sem aviso prévio nem hora marcada. Observarei, com muita atenção, a forma como é transportado e tratado – já fiz o mesmo e quero saber o que fiz de mal e o que fiz de bem. Considerando que se encontra sozinho num quarto, não existem inconvenientes que envolvam terceiros, pelo que será como eu digo ou não será de todo.

1 comentário:

CF disse...

Ena pá que tu és dessas!!! Brinco Antígona, que acho muito bem que sejas. Onde trabalho, permitimos tudo isso, incluindo no período da manhã, embora nesse, costumamos pedir compreensão, porque pode eventualmente não ser possível. De qualquer forma, conheço muitos, a maioria, em que assim não é, e em que os horários são bastante rígidos.