Não causa grande impacto a queda de um castelo de cartas ou o desmoronamento de uma construção de areia. Afinal cartas são cartas e areia é areia e só um cego ou um grande sonhador ficaria decepcionado com o seu fim.
Mas quando tudo indica que o castelo é de sólido material, com fortes alicerces. Quando tudo leva a crer que aquela é a construção ideal, a casa da nossa vida, o caso muda de figura…
Espera-se que para a derrubar só uma catástrofe daquelas mesmo grandes – um terramoto com tsunami à mistura; um tornado daqueles mesmo potentes, nada menos que isso.
Nada menos do que isso.
Que coração aguenta a queda de uma casa que acreditou do mais sólido que existe, quando ela cai com um simples mudar de brisa? – Olha sabes, ontem soprava daqui mas hoje acordei e passou a soprar dali…E tudo muda nesse instante!
É por essas e por outras que, devagarinho, há quem vá ficando assim como que empedernido, imune às entregas e aos amores. Como se a solidez que acreditou existir nas paredes da sua casa se instalasse, sem dar por isso, à volta do coração.
3 comentários:
Podia ter sido eu a escrever isto...
O melhor é inspirar com força para iniciar o tornado que derruba as paredes do coração.
É que existem paredes sólidas que são na realidade, castelos de carta camuflados. Por mais que o digam não ser, como diz o Sérgio Godinho.
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