De vez em quando sou atacada por uma nostalgia, não exactamente do passado, não aquela nostalgia que se sente quando uma voz dentro de nós diz muito baixinho – se pudesse voltar atrás…, antes uma nostalgia do presente que não é mas que podia ter sido; do presente que ainda bem que não foi porque houve vidas que se salvaram no meio dos destroços que fui semeando pelo caminho, cega no meu jovem egoísmo que sempre confundi, e por vezes ainda confundo, com vontade de “endireitar” o mundo. Nunca me conformei a não ser com inevitabilidades absolutas – não tive, não tenho, outro remédio. O meu amor foi-se espalhando por aí, pelas coisas, pelas crianças, pela vida, pelos seres, pelos filhos, pelos pais, pelos primos, pelas primas, pelas tias, vizinhas, amigos, amigas…por tantos que tenho dias em que sinto que está espalhado por todos, ainda que não de forma igual! Nunca de forma igual! Mas está, espalhado por aí, e não sobra, talvez nunca tenha sobrado, para um só.
São sempre as mulheres que escolhem. Os homens deixam-se escolher. É talvez mais fraco o seu amor… Talvez eu tenha amor de homem ou nunca tenha tido a sorte de me cruzar com a minha escolha mas, uma coisa é certa – eu nunca escolhi ninguém e, na verdade, nunca ninguém me escolheu a mim.
3 comentários:
Oh pá, gostei tanto do que acabei de ler :):)
Já alguém te escolheu, mas se calhar não te lembras:)
Grande verdade, essa - são sempre as mulheres que escolhem. A malta é que julga que não :)
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