A mobilidade social é, na verdade, uma hipocrisia.
Fica bem dizer que se promove a dita, fica bem mas convém que todas as démarches que se façam nesse sentido não tenham, na realidade, grandes repercussões que isto de abrir portas e convívios a gente das barracas tem que se lhe diga.
Contudo, se de repente o gajinho das barracas ganhar uma qualquer fortuna e decidir comprar uma moradia na Herdade da Aroeira e ir passar férias a um qualquer destino inacessível ao comum cidadão, tudo muda de figura e os maus modos, a ignorância, o mau gosto e a estupidez passam a ser “estilos” e “géneros”, excêntricos e “diferentes”.
Por sua vez, o gajinho das barracas, que sempre foi bronco, passa a ter poder, reduzindo assim a mobilidade social que era suposto existir por via da escola, da cultura, do conhecimento, da educação e, consequentemente, da elevação dos valores, a uma mera ascensão económica.
Só assim se explica o substancial aumento de bens de que a humanidade tem vindo a usufruir, e o proporcional decréscimo da qualidade de vida humana que tende, agora com a crise do económico – único baluarte da humanidade -, a agravar-se.
E é neste estado de coisas que se intensifica a luta travada pela gentinha que apesar de se ter sentado no trono do poder nunca chegou a ascender socialmente porque ao invés de se cultivar e humanizar, impôs, ou tentou impor, às minorias que verdadeiramente contam e sempre contaram, os seus modos rudes e as suas mentes deformadas.
São eles, evidentemente, que lutam com todas as forças, que aliás nunca lhes faltam, para que a mobilidade social continue a ser a hipocrisia duma Era cujo fim já se avizinha.
3 comentários:
Bravo amiga, excelente texto.
Viva a mobilidade - ponto.
É verdade que o chavão da "mobilidade social" é etiqueta que tem servido para muita hipocrisia e cobardia.
Claro que com pessoas tão mal formadas e tanto poder nas mãos não se avizinha nada de bom |
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