Cinco horas de espera numa sala de hospital deu para ter uma ideia do tipo de programação a que as televisões, públicas e privadas, aderiram.
Ou porque a maior parte das pessoas está de férias; ou porque os tempos exigem retenção; ou porque o melhor mesmo é trabalhar para a estupidificação das massas, a programação é, numa palavra – vergonhosa.
A maior parte dos programas, e constatei ontem que não são só os do horário nocturno mas também os matutinos, são repetidos. Os gajos "metem a bobina a correr" e vão para a praia ou voltam para a cama...
Aqueles que não são repetidos são a maior das misérias! Talk shows que raramente têm uma pontinha por onde se lhes pegue, não ensinam nada a ninguém, não estimulam nem pensamento nem cultura nem ensino…nada.
Em cinco horas a SIC transmitiu um compacto de uma espécie de telenovela que eu acreditei ser os Morangos com Açúcar até ser devidamente elucidada por um velhote que, sentado ao meu lado, não tirava os olhos da televisão ( pouco lhe importando o facto de não se ouvir patavina do que por lá se dizia...), de que não, não eram os Morangos, era uma outra treta qualquer, da qual ele sabia o nome, conhecia os personagens, as circunstâncias, enfim - tudo, e que eu vi como irrealista, passada num colégio impossível, com gente, se não de um outro planeta, seguramente de um outro lugar qualquer que não este jardim à beira mal plantado, e da qual, lá nisso o velhote tinha razão, não é preciso ouvir a voz para perceber que só diz disparates.
Logo a seguir, e este “logo a seguir” quer na verdade dizer duas horas depois, ou mesmo três – não faço ideia a que horas terá começado…, veio a Querida Júlia! Também a ela não tive oportunidade de lhe ouvir a voz, nem a ela nem àquele homem horroroso que só sabe dizer mal de tudo e de todos e só fala de coisas que não interessam nem ao menino Jesus mas que parecem interessar a uma parte significativa deste nosso povo! Aliás, continuem a dar-lhe pérolas destas que é o que ele precisa para se manter quieto e manso, não vão as cabeças começar a pensar e soltarem-se os lusitanos (tão convenientemente amarrados dentro de cada um).
Cada vez que levantava os olhos do livro que, em vão, tentei ler no meio daquele frenesim todo, lá passava uma notícia de rodapé relacionada com o tema da conversa entre a Júlia Pinheiro e o outro parvalhão (é que nem me apetece dar ao trabalho de ir ver como se chama o idiota!) carregada de informação importantíssima como, por exemplo, a revelação bombástica do sonho da Lili Caneças - casar vestida de noiva...É que nem há palavras para tal revelação! Eu, pela parte que me toca, fiquei de boca aberta.
2 comentários:
:) Os meus velhinhos, vêm deliciados a Júlia todos os dias. Eu, por inerência, por vezes tenho de ouvi-la. A fraca qualidade é notória. Como de resto, em muita da programação. Quanto à Lili vestida de noiva, bem... Desde que vi a Gaga, vestida de febras, já estou por tudo :):)
Concordo plenamente a programação é péssima, não sei mesmo como pode ainda piorar em tempo de férias!Boa semana e se possivel com boas noticias.
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