É com certeza defeito meu, esta incapacidade de pensar. Só sinto e nem sei o que sinto, não lhe posso dar nome…
Dava-me jeito neste momento não sentir tanto. Assim talvez fosse capaz de desenvolver um raciocínio qualquer em que alguém, algures, prepara um qualquer golpe que impedirá o euro de ultrapassar o dólar. Não estão os EUA a atravessar uma espécie de recessão? Não são americanas essas agências de rating?
E é tudo aquilo que consigo. Por ora, não sou capaz de ir mais longe.
A este sentir poderia talvez chamar nojo. Nojo e curiosidade. Em que momento se substituiu o interesse público, o “bem maior”, por o privado, por o particular? Em que momento nos deixámos submeter à autoridade dos sem escrúpulos? dos ignorantes? dos negros (e não me refiro, evidentemente, a qualquer raça). Em que momento? Alguém deu por isso?
Sinto. E não gosto do que sinto e sem saber porque o sinto, sinto a urgência do isolamento; a urgência do afastamento; a urgência de fazer como os macacos e ser cega e surda mas não muda, não muda…jamais muda.
2 comentários:
É isso, Antígona. Esta sensação de impotência. Esta miserável constatação de que alguém nos está a tramar sem sabermos concretamente quem.
Eu não devo nada a ninguém... porque raio hei-de pagar por crimes que não cometi.
Eu quando vejo na televisão as imagens dos protestos nas ruas da Grécia, sinto uma estranha admiração pela coragem daquela gente...
Quem se relembrar dos célebres debates entre Soares e Cunhal, decerto vai chegar à conclusão de que Cunhal apesar de não ser flor que se cheirasse, e de ter enormes telhados de vidro - vide RDA e URSS - tinha toda a razão quanto ao nosso futuro na CEE. Olhe que não, doutor, dizia ele, com aquelas sobrancelhas de falcão :)
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