Pois. Não fui a Veneza. Não é Carnaval. E as sombras do dia são bem mais claras do que as da noite. Talvez por isso a solidão se sinta menos. E não é que seja grave. Não é. É antes aquela solidãozinha que, de vez em quando, se instala em seres solitários, como eu.
Depois é a noite. Esta minha “coisa” com a noite. Já pensei em chamar-lhe aversão, mas desisti. Achei demasiado radical. Depois pensei que talvez estivesse, de alguma forma, relacionada com o medo. Aí deixei-me ficar porque não me parece disparatado de todo. Mas, no fundo no fundo, o que se passa é que eu sou uma criatura diurna. Toda a minha natureza está virada para o dia, especialmente para a manhã. Se perco alguma por ter perdido a noite, fico com essa sensação mesmo – de perda. Quando o Sol entra no ocaso entro eu, ou desejo entrar, no acaso dos sonhos. Digamos que, ocasionalmente não entro com ele.
Ontem, ao olhar as fotografias de uma festa onde não estive pensei que, um dia destes, os meus amigos esquecem-se de mim. Todos os sábados tenho para onde ir e nunca vou para lado nenhum. Não à c…que aguente tanta recusa. Começo por decidir que vou. Penso várias vezes nisso durante o dia. Depois vou adiando porque me parece cedo, as festas e os espectáculos são sempre assim um bocadito para o tarde. Deixo-me ficar sentada e, quando chega a hora em que era suposto já lá estar, já não estou. Adormeci ou desinteressei-me. O esforço para sair e lá chegar torna-se impossível e fico a desejar já lá estar sem me ter deslocado.
Muitas vezes ponho-me a imaginar a viagem de volta e os pés, sem eu querer, colam-se-me ao chão.
Enfim, ainda bem que é Verão. Os dias são maiores, as noites muito menos tenebrosas e eu vou começar a sair. Ah pois vou!
Depois é a noite. Esta minha “coisa” com a noite. Já pensei em chamar-lhe aversão, mas desisti. Achei demasiado radical. Depois pensei que talvez estivesse, de alguma forma, relacionada com o medo. Aí deixei-me ficar porque não me parece disparatado de todo. Mas, no fundo no fundo, o que se passa é que eu sou uma criatura diurna. Toda a minha natureza está virada para o dia, especialmente para a manhã. Se perco alguma por ter perdido a noite, fico com essa sensação mesmo – de perda. Quando o Sol entra no ocaso entro eu, ou desejo entrar, no acaso dos sonhos. Digamos que, ocasionalmente não entro com ele.
Ontem, ao olhar as fotografias de uma festa onde não estive pensei que, um dia destes, os meus amigos esquecem-se de mim. Todos os sábados tenho para onde ir e nunca vou para lado nenhum. Não à c…que aguente tanta recusa. Começo por decidir que vou. Penso várias vezes nisso durante o dia. Depois vou adiando porque me parece cedo, as festas e os espectáculos são sempre assim um bocadito para o tarde. Deixo-me ficar sentada e, quando chega a hora em que era suposto já lá estar, já não estou. Adormeci ou desinteressei-me. O esforço para sair e lá chegar torna-se impossível e fico a desejar já lá estar sem me ter deslocado.
Muitas vezes ponho-me a imaginar a viagem de volta e os pés, sem eu querer, colam-se-me ao chão.
Enfim, ainda bem que é Verão. Os dias são maiores, as noites muito menos tenebrosas e eu vou começar a sair. Ah pois vou!
1 comentário:
Como te compreendo. Também tenho disso. Adoro estar sózinha e na minha concha (às vezes até demais). Depois às vezes apetece-me sair, mas... colam-se-me também os pés ao chão.
E quando luto contra esta "inércia", acabo por me divertir imenso. Mas volto sempre ao mesmo.
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