Às vezes dizemos – passou tanto tempo! Outras – foi mesmo à bocado. Outras ainda – parece que foi ontem!
São situações em que o tempo nem sempre se mede pelo tempo.
Há mais de quarenta anos conheci uma menina. Andámos juntas no 5º ano. Tínhamos, então, dez anos. Gostámos uma da outra. Éramos amigas do peito. Identificávamo-nos. Procuravámo-nos porque nos sentíamos bem uma ao pé da outra.
No final desse ano os pais dela mudaram-se para uma cidade relativamente longe da minha. Ficámos tristes e passámos a escrevermo-nos. Trocámos fotografias e fomo-nos afastando. Quase sem darmos por isso perdemo-nos de vista.
Eu tenho por hábito, sempre que mudo de casa, fazer limpeza à tralha que gosto de acumular ao longo dos anos. Deito sempre muita coisa fora, coisas que, pelo menos naquele momento, me parecem supérfluas e de somenos importância. Duas pequenas caixas ficam sempre. São caixas que me têm acompanhado, que viajam comigo desde que saí de casa dos meus pais. Numa dessas caixas estão as cartas da C.
Não há muito tempo estive de volta delas a pensar no que seria feito dessa minha pequena amiga. Pensei que provavelmente não nos voltaríamos a ver, ou caso nos encontrássemos nos encontraríamos estranhas.
Há coisa de um mês, talvez nem tanto, na sequência de um contacto profissional, recebi um telefonema resposta e…lá estava ela, do outro lado da linha, reconhecendo-me. Tenho muitas saudades tuas, não te vejo há uns dias, brincou.
Hoje finalmente encontrámo-nos. Almoçámos juntas e pusemos a escrita em dia.
Não nos estranhámos. Estamos na mesma, eu e ela. Tal e qual como quando tínhamos dez anos. O tempo não passou por nós!
E eu hoje sinto-me mais rica.
São situações em que o tempo nem sempre se mede pelo tempo.
Há mais de quarenta anos conheci uma menina. Andámos juntas no 5º ano. Tínhamos, então, dez anos. Gostámos uma da outra. Éramos amigas do peito. Identificávamo-nos. Procuravámo-nos porque nos sentíamos bem uma ao pé da outra.
No final desse ano os pais dela mudaram-se para uma cidade relativamente longe da minha. Ficámos tristes e passámos a escrevermo-nos. Trocámos fotografias e fomo-nos afastando. Quase sem darmos por isso perdemo-nos de vista.
Eu tenho por hábito, sempre que mudo de casa, fazer limpeza à tralha que gosto de acumular ao longo dos anos. Deito sempre muita coisa fora, coisas que, pelo menos naquele momento, me parecem supérfluas e de somenos importância. Duas pequenas caixas ficam sempre. São caixas que me têm acompanhado, que viajam comigo desde que saí de casa dos meus pais. Numa dessas caixas estão as cartas da C.
Não há muito tempo estive de volta delas a pensar no que seria feito dessa minha pequena amiga. Pensei que provavelmente não nos voltaríamos a ver, ou caso nos encontrássemos nos encontraríamos estranhas.
Há coisa de um mês, talvez nem tanto, na sequência de um contacto profissional, recebi um telefonema resposta e…lá estava ela, do outro lado da linha, reconhecendo-me. Tenho muitas saudades tuas, não te vejo há uns dias, brincou.
Hoje finalmente encontrámo-nos. Almoçámos juntas e pusemos a escrita em dia.
Não nos estranhámos. Estamos na mesma, eu e ela. Tal e qual como quando tínhamos dez anos. O tempo não passou por nós!
E eu hoje sinto-me mais rica.
2 comentários:
Que lindo. Também eu tinha uma amiga assim... Pode ser que o reencontro se dê aos quarenta, quem sabe?
Ou aos cinquenta :) Nunca é tarde :)
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