Isto é preciso ter calma, “não dar o corpo pela ialma…” , afinal de contas somos um país ainda muito novinho, temos só 866 anos, ainda estamos demasiado verdes para abarcar leis como a da União de Facto. Esta lei pode baralhar os Portugueses, ainda muito crus nestas andanças, deixando-os na dúvida relativamente ao estado civil. Como é que nós depois responderíamos a todas as entidades que, ao preencher as tão amadas “fichinhas” nos perguntassem o estado civil?! Hem?! Respondíamos o quê?! Casado; Solteiro; Viúvo ou Divorciado? – Unido de Facto!... tem algum jeito?!
Os Holandeses, pelo contrário, velhos e sabidos como já são, têm esta lei há quinhentos e cinquenta e cinco anos…(exagero evidentemente).
Ironias à parte, o facto é que esta União de Facto, ao contrário daquilo que eu cheguei a temer, implica também ela a celebração de um contrato. Significa isto que não basta juntar os trapinhos e depois “a casa é minha” ou “venha de lá uma indemnizaçãozinha”, não, é preciso que se celebre um contrato. É portanto uma escolha, uma opção para quem não está para festas de casamento, não acredita nelas ou não pode, simplesmente, casar, como é o caso dos homossexuais. E aí é que bate o ponto, o medo que este país tem, ou certos ramos desta árvore, que os homossexuais passem a ter uma vida normal, regida por leis normais, que lhes permitam fazer as coisas normais que as pessoas gostam de fazer, como acompanhar os companheiros durante uma convalescença num hospital qualquer, ou garantir que se um morrer o outro, que com ele viveu toda a vida, não terá de ir viver para debaixo de uma ponte.
Não consigo compreender a dificuldade de aceitar a justiça e a normalidade de uma coisa destas! Veta-se uma lei apenas e só para impedir a legalidade de algo que existe, sempre existiu e sempre existirá; de algo que tem apenas que ver com escolhas que são pessoais, íntimas, particularíssimas! Ou não conseguia, até ler isto. Agora percebo. É que esta lei é demasiado moderna!...para um país como Portugal, evidentemente, um país que há-de ser sempre povoado das gentes burras e atrasadas como os sucessivos governos, mais ou menos directamente, não se cansam de nos lembrar…demasiado moderna para Portugal!
Os Holandeses, pelo contrário, velhos e sabidos como já são, têm esta lei há quinhentos e cinquenta e cinco anos…(exagero evidentemente).
Ironias à parte, o facto é que esta União de Facto, ao contrário daquilo que eu cheguei a temer, implica também ela a celebração de um contrato. Significa isto que não basta juntar os trapinhos e depois “a casa é minha” ou “venha de lá uma indemnizaçãozinha”, não, é preciso que se celebre um contrato. É portanto uma escolha, uma opção para quem não está para festas de casamento, não acredita nelas ou não pode, simplesmente, casar, como é o caso dos homossexuais. E aí é que bate o ponto, o medo que este país tem, ou certos ramos desta árvore, que os homossexuais passem a ter uma vida normal, regida por leis normais, que lhes permitam fazer as coisas normais que as pessoas gostam de fazer, como acompanhar os companheiros durante uma convalescença num hospital qualquer, ou garantir que se um morrer o outro, que com ele viveu toda a vida, não terá de ir viver para debaixo de uma ponte.
Não consigo compreender a dificuldade de aceitar a justiça e a normalidade de uma coisa destas! Veta-se uma lei apenas e só para impedir a legalidade de algo que existe, sempre existiu e sempre existirá; de algo que tem apenas que ver com escolhas que são pessoais, íntimas, particularíssimas! Ou não conseguia, até ler isto. Agora percebo. É que esta lei é demasiado moderna!...para um país como Portugal, evidentemente, um país que há-de ser sempre povoado das gentes burras e atrasadas como os sucessivos governos, mais ou menos directamente, não se cansam de nos lembrar…demasiado moderna para Portugal!
Vocês já viram o que seria depois quando estes gays todos desatassem para aí a assinar contratos e a querer adoptar criancinhas, a desgraça que não seria?! Todas essas crianças que por terem sido tão bem tratadas pelos pais biológicos se encontram agora a passar umas merecidas e prolongadas férias em associações como o Centro Aboim Ascensão e tantos outros! Homossexuais a formarem casais evoluídos, cultos, educados e capazes a despejarem os nossos asilos?! Estamos lá preparados para uma coisa dessas!
3 comentários:
Confesso que também achei estranho o veto. Até saber concretamente, e compreender de imediato. Tens razão, é demais para nós. Um dos terriveis males do nosso País. Bora lá continuar a fazer tudo o que sempre se fez. Mas ás escondidas, fingindo que não se faz. Será pela emoção???
Realmente, essa gaja (pardon my french) advogada está a chamar-nos a todos atrasados! E nem tem papas na língua ao dizer que o problema que tinha a lei era autorizar a união de facto entre homossexuais e, possivelmente, a adopção de crianças! Lembra-se, Antígona, no outro dia falava de fundamentalismos... aqui está mais um!
Credo... até fiquei arrepiada. Brilhante texto Antigona. Os meus parabéns
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