As pessoas casam, delineiam projectos de vida, têm filhos, compram casa e, nesse trajecto, muitas vezes vão-se, sem dar por isso, isolando do resto do mundo. Cada vez se juntam menos com os amigos porque o trabalho, os filhos e a hipoteca da casa não lhes deixam muito tempo livre. Dedicam-se. Lutam. Os dois. Sempre os dois mas, quando a coisa dá para torto, o que infelizmente acontece com bastante frequência, nunca, ou quase nunca, ficam em pé de igualdade. Quando chega a hora H, há sempre um que ganhou mais poder. Ou porque o outro foi mais fraco, andou mais distraído ou acreditou mais e, ao acreditar, não se salvaguardou. Esse fica, quase sempre, mais na merda do que o outro. Porque as separações são difíceis para todos mas são mais difíceis para quem se vê obrigado a mudar radicalmente o seu estilo de vida.
Geralmente, e curiosamente, são os faltosos que ficam em melhores condições. São eles os privilegiados como se o Universo decidisse compensar quem na verdade menos merece.
Sempre que me cruzo com casos destes ou que os sei existirem entristeço porque me fere, sempre me feriu, a quantidade de injustiças que vagueiam pelo mundo.
1 comentário:
infelizmente conheço bastantes casos desses, e isso assusta-me, especialmente porque eu costumo ser a que acredito, a que aposto, a que se distrai.
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