quinta-feira, 23 de abril de 2009

12 anos de escolaridade OBRIGATÓRIA

Não creio que seja difícil assinar um decreto-lei. Agora gostava que me explicassem como é que se tenciona fazê-lo aplicar.
Que estrategemas se utilizarão para “arrastar” para as escolas todos aqueles alunos que, já nos primeiros anos, gritam que só lá vão porque são obrigados. Ou que só lá vão porque é o local onde encontram os amigos. Ou mesmo, que só lá vão porque é o local onde se encontram os inimigos.
Gostava que me explicassem o que tencionam fazer para transformar matérias que são chatas em matérias interessantes, verdadeiramente úteis e atractivas.
Gostava que me explicassem o que tencionam fazer para mostrar às crianças e aos adolescentes deste país que o que se aprende nas escolas pode ser, e é, uma mais valia para o seu bem-estar, para a sua felicidade. Como é que lhes vão provar isso. Como é que os vão fazer sentir e acreditar nisso. Como é que os vão entusiasmar de forma a que não sintam que só lá vão porque são obrigados.
É que obrigar pessoas que, estando ainda a crescer, têm um gigantesco sentido de liberdade, a fazer algo de que não gostam durante doze anos seguidos, pode ter consequências desastrosas para eles, para nós, para o país.
Não tenho dúvidas de que quanto maior for a escolaridade e a cultura dos seus cidadãos, mais evoluido e capaz será um país. Como também não tenho dúvidas de que quanto maior for a repressão, maior será a violência. E, se ela hoje já abunda nas nossas escolas, imaginem o que acontecerá quando o número de alunos das escolas secundárias dobrar e quando nas carteiras se sentarem homens e mulheres de dezassete e de dezoito anos desejosos de sair dali e fartos, fartinhos, dos desgraçados que, à sua frente, tentam com as armas que têm, ensinar-lhes alguma coisa.
Isto para não falar das famílias que vivem com salários de miséria e que se verão obrigadas a gastar, durante doze anos, uma pequena fortuna em manuais escolares.
Quem entrar para o 7º ano no próximo ano lectivo será já abrangido por este decreto-lei.
Onde está o pacote de medidas, absolutamente imprescindíveis, para que este decreto-lei possa e deva ser aplicado?

2 comentários:

R2D2 disse...

Eu sou da opinião que já não há "pacote de medidas" desde que a Odete Santos deixou o parlamento.

Alda Couto disse...

lol