Consegui finalmente que o optometrista aceitasse receitar-me lentes de contacto, a despeito de uma certa escassez de lágrimas porque nada é eterno e tudo se acaba, principalmente se o seu uso for mais do isso – abuso.
Assim, logo de manhã, atrasada que estava para um compromisso, pespeguei-me em frente ao grande espelho, de lente orgulhosamente vibrando no dedo médio da minha mão direita. Repuxei a pálpebra inferior e, determinada a não usar os óculos, aproximei a lente que tremia, assustada. Encostei-a ao olho direito. Mas ela teimou em colar-se-me ao dedo. Nova tentativa. Novo falhanço. Depois de várias tentativas falhadas lá consegui que a peste ficasse no lugar.
O olho picava. Não lhe passei cartuxo nenhum. Agarrei na outra lente e coloquei-a, sem dificuldade, na vista esquerda. Mas o direito não parava de picar. Olhei o espelho. Nada. Peguei num frasco de soro e afoguei o idiota.
As picadas não passaram e eu resolvi que o melhor seria tirar a lente. De regresso ao espelho, repuxo a pálpebra e ensaio a retirada. Nada. A lente tinha desaparecido! Olhei em frente e confirmei que, naquele olho, nada existia. O mundo encontrava-se dividido em duas partes,uma mais nítida, a outra nem tanto. Voltei a olhar os dedos, não fosse a desgraçada estar para lá colada. Olhei em volta como se fosse possível encontrar uma cabeça de alfinete num chão cor de chumbo.
Foi então que decidi que a lente se tinha extraviado. Abri nova embalagem e coloquei uma outra. Ajudada pela prática a tarefa não se revelou complicada.
Saí para a rua. Meti-me no carro. A dada altura do percurso fui obrigada a olhar o retrovisor esquerdo. O movimento incomodou-me. Algo não estava bem. Baixei a pala que nos proteje do sol e olhei o pequeno espelho.
A lente perdida lá estava, encolhidita, no canto exterior do olho!
Assim, logo de manhã, atrasada que estava para um compromisso, pespeguei-me em frente ao grande espelho, de lente orgulhosamente vibrando no dedo médio da minha mão direita. Repuxei a pálpebra inferior e, determinada a não usar os óculos, aproximei a lente que tremia, assustada. Encostei-a ao olho direito. Mas ela teimou em colar-se-me ao dedo. Nova tentativa. Novo falhanço. Depois de várias tentativas falhadas lá consegui que a peste ficasse no lugar.
O olho picava. Não lhe passei cartuxo nenhum. Agarrei na outra lente e coloquei-a, sem dificuldade, na vista esquerda. Mas o direito não parava de picar. Olhei o espelho. Nada. Peguei num frasco de soro e afoguei o idiota.
As picadas não passaram e eu resolvi que o melhor seria tirar a lente. De regresso ao espelho, repuxo a pálpebra e ensaio a retirada. Nada. A lente tinha desaparecido! Olhei em frente e confirmei que, naquele olho, nada existia. O mundo encontrava-se dividido em duas partes,uma mais nítida, a outra nem tanto. Voltei a olhar os dedos, não fosse a desgraçada estar para lá colada. Olhei em volta como se fosse possível encontrar uma cabeça de alfinete num chão cor de chumbo.
Foi então que decidi que a lente se tinha extraviado. Abri nova embalagem e coloquei uma outra. Ajudada pela prática a tarefa não se revelou complicada.
Saí para a rua. Meti-me no carro. A dada altura do percurso fui obrigada a olhar o retrovisor esquerdo. O movimento incomodou-me. Algo não estava bem. Baixei a pala que nos proteje do sol e olhei o pequeno espelho.
A lente perdida lá estava, encolhidita, no canto exterior do olho!
4 comentários:
Se tiver o dedo molhado torna-se mais difícil pôr a lente porque esta adere à zona mais molhada... Conselho de quem já tem uns aninhos disto!
É verdade :) Eu seco-o. O problema é que a lente está molhada...mas é uma questão de prática :) Por enquanto tenho de lhes dedicar algum tempo extra sempre que as quero pôr.
Experimente usar o indicador e, em vez de colocar a dita no centro do dedo, coloque-a de lado; ou seja (vamos lá ver se consigo explicar)... em vez de virar a palma da mão para si vire a mão de lado, como se fosse dar um passou-bem e coloque a lente na parte lateral do dedo. Como é mais estreita do que a parte da impressão digital a lente tem menos superficíe à qual se agarrar e solta-se mais rapidamente quando toca no olho. Mas o melhor mesmo é ganhar o seu jeito, vá insistindo!
Muito obrigada :) Parece-me uma boa dica. São lentes diárias pelo que são muito, mas muito,fininhas. Fogem-me constantemente sem que me aperceba. Mas é, com certeza, uma questão de hábito. Hoje já perdi outra lol
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