domingo, 2 de agosto de 2009

Ossos do ofício

Confesso que por vezes, nesta minha azáfama de correcções de textos, perdida no meio de tantas palavras, me baralho e, por momentos, hesito sem saber se este ou aquele termo se escreve desta ou daquela maneira, se está no lugar certo, se a frase está comme il faut.
Confesso que por vezes tenho dificuldade em separar as palavras de forma a formarem frases e tendo a afogar-me, por décimos de segundo, naquilo que parece ser um imenso mar de letras.
Outras vezes a minha atenção foca-se quase exclusivamente nas palavras repetidas. Os autores e, ou, os tradutores, de vez em quando engraçam com uma palavra e vai de a usar como se não houvesse amanhã. No ouvido silencioso do meu cérebro, ao fim de mais de cem páginas, essas palavras soam como pedras que se atiram à toa, só porque sim. É nesses momentos que paro, dou uma voltinha pela casa, trinco uma bolacha e não penso em nada.

1 comentário:

Goldfish disse...

Porque será que há erros que nos saltam à vista com se ganhassem pernas para pular e braços para acenar freneticamente à frente dos nossos olhos enquanto outros passam despercebidos uma, duas, três vezes, sem a menor dilatação das nossas pupilas?

P.S. - Já estava com saudades de a ler, e parece que ainda não li tudo o que é novidade... Ah, e tenho de dizer que gostei do diálogo das suas crianças. Muito interessante! :)