A minha filha disse-me ontem algumas das coisas que lhe vão na alma e que a trazem um pouco zangada comigo. Eu também já fiz isso à minha mãe, e arrependi-me. Arrependi-me porque fi-lo demasiado tarde, numa altura em que ela já estava algo fragilizada, porque a fragilidade é assim, decresce à medida que crescemos e volta a crescer à medida que envelhecemos. Magoei-a, gostaria de dizer - sem necessidade, mas não tenho tanta certeza assim.
Há coisas que devem ser ditas. Todos nós temos dedos a apontar aos nossos progenitores. Uns mais, outros menos, mas todos temos razões de queixa, todos sofremos ao longo da vida com erros cometidos por quem nos criou. Falar sobre eles é saudável e sinal de que foram detectados, primeiro passo para serem ultrapassados.
Uma amiga psicóloga costumava dizer, há alguns anos atrás, que “os pais, a gente leva-os para a cova…”. Não há escola de pais. Não há nada que realmente ensine como criar um filho e mesmo aqueles que têm conhecimentos de psicologia infantil, falham neste ou naquele ponto. Só à prática, à maturidade e ao bom senso se pode recorrer e ninguém a tem quando o primeiro filho nasce.
Há pouco estava aqui a pensar que quando engravidei pela primeira vez senti uma alegria tão grande, como se tivesse sido abençoada. Se pensei na criança que ia nascer? Creio que não. Como podia! Era a mim que me estava a acontecer. Eu de crianças nada percebia e sobre aquela, que crescia dentro de mim, eu nada sabia a não ser o amor imediato que senti por ela. A não ser o sabê-la minha. Ora isto é pensar em mim, não nela.
Quem tem filhos pela primeira vez não é neles que pensa, é em si. Na felicidade que reside em ter um filho, na maravilha que é gerar um ser, ensiná-lo a viver, ajudá-lo a crescer.
Quem tem um filho não pensa nos disparates que ao longo da sua vida vai fazendo, porque não faz a mínima ideia do que vai acontecer. Criar um filho é uma improvisação permanente, uma descoberta.
Não há muitos dias o meu ex-marido dizia-me que eu tinha educado melhor a minha filha do que o meu filho.
Ontem a minha filha disse-me que eu tinha sido melhor mãe para o meu filho do que para ela.
Alguém de fora dirá, com certeza, outra coisa qualquer.
As opiniões podem ser muitas, diferirem, como diferem, umas das outras, mas do que fiz e não fiz só eu posso recolher os louros. Não nego que se pudesse voltar atrás muita coisa faria de forma diferente. É natural, estou mais velha, mais sábia, mais experiente. Mas se a minha filha já chegou ao ponto de identificar o que a prejudica e de apontar o dedo à origem, então, mesmo os erros que cometi, estarão em vias de ser sanados. A maior parte de nós vive uma vida inteira com eles, sem sequer os identificar.
Há coisas que devem ser ditas. Todos nós temos dedos a apontar aos nossos progenitores. Uns mais, outros menos, mas todos temos razões de queixa, todos sofremos ao longo da vida com erros cometidos por quem nos criou. Falar sobre eles é saudável e sinal de que foram detectados, primeiro passo para serem ultrapassados.
Uma amiga psicóloga costumava dizer, há alguns anos atrás, que “os pais, a gente leva-os para a cova…”. Não há escola de pais. Não há nada que realmente ensine como criar um filho e mesmo aqueles que têm conhecimentos de psicologia infantil, falham neste ou naquele ponto. Só à prática, à maturidade e ao bom senso se pode recorrer e ninguém a tem quando o primeiro filho nasce.
Há pouco estava aqui a pensar que quando engravidei pela primeira vez senti uma alegria tão grande, como se tivesse sido abençoada. Se pensei na criança que ia nascer? Creio que não. Como podia! Era a mim que me estava a acontecer. Eu de crianças nada percebia e sobre aquela, que crescia dentro de mim, eu nada sabia a não ser o amor imediato que senti por ela. A não ser o sabê-la minha. Ora isto é pensar em mim, não nela.
Quem tem filhos pela primeira vez não é neles que pensa, é em si. Na felicidade que reside em ter um filho, na maravilha que é gerar um ser, ensiná-lo a viver, ajudá-lo a crescer.
Quem tem um filho não pensa nos disparates que ao longo da sua vida vai fazendo, porque não faz a mínima ideia do que vai acontecer. Criar um filho é uma improvisação permanente, uma descoberta.
Não há muitos dias o meu ex-marido dizia-me que eu tinha educado melhor a minha filha do que o meu filho.
Ontem a minha filha disse-me que eu tinha sido melhor mãe para o meu filho do que para ela.
Alguém de fora dirá, com certeza, outra coisa qualquer.
As opiniões podem ser muitas, diferirem, como diferem, umas das outras, mas do que fiz e não fiz só eu posso recolher os louros. Não nego que se pudesse voltar atrás muita coisa faria de forma diferente. É natural, estou mais velha, mais sábia, mais experiente. Mas se a minha filha já chegou ao ponto de identificar o que a prejudica e de apontar o dedo à origem, então, mesmo os erros que cometi, estarão em vias de ser sanados. A maior parte de nós vive uma vida inteira com eles, sem sequer os identificar.
Sem comentários:
Enviar um comentário