quarta-feira, 22 de julho de 2009

Imperdoável!

Quem tem um negócio não pode ser trombudo. Tem de saber sorrir a cada cliente, nem que por dentro lhe esteja a chamar tudo menos santo.
Toda a gente sabe isto. Toda a gente menos o casal de trombudos que tem uma tabacaria mesmo aqui ao virar da esquina.
São tão trombudos, mas tão trombudos, que eu prefiro meter-me no carro que me leva ao quiosque da vila, do que entrar ali para comprar o jornal.

1 comentário:

Unknown disse...

Ola minha boa amiga. É impressão minha ou estás a ficar pelos cabelos com essa casa e essa vizinhança? Percebe-se um crescendo de ansiedade que envolve já a tabacaria - qualquer semelhança com algum poema de Pessoa será mera coincidência, espero, caso contrário ainda se imagina por lá uma placa... - mas na verdade também entendo e partilho dessa "faiscante" maneira de estar a viver a vontade de mudar de casa... Não tenho pingos a cair do tecto, nem obras no andar de cima, não tenho uma tabacaria com trombudos ao virar da esquina nem me cruzo com caras antipáticas de vendedores, mas ... e há sempre um mas... tenho um casal a viver por cima do meu apartamento que me faz recordar todos os dias (o melhor, todas as noites) que são cheios de ritmo, de força na guelra, e que as cordas vocais se foram feitas é para serem usadas... e aqui vai disto: gritos, cantos, gritos, conversas em alta voz, gritos, crianças a berrar, mais gritos, cama a ranger fora de horas... mais gritos e qualquer dia mais uma crincinha tambem aos gritos... só nao digo quie são brasileiros para não parecer xenófobo, porque até não sou! mas que estes gritam, lá isso gritam... Pois é! Entendo que se pode ter muita ansiedade quando se quer mudar de casa... se nã são os vizinhos a dar de si em cima da nossa cabeça, são outras coisas mais que, quando já se instalou a vontade de sair, se tornam autênticas torturas... Quero sair desta casa e encontrar uma mais pequena, mais parecida comigo! Ah, e sem hipotecas. Quero lá saber das hipotecas! Quero separar-me da Euribor. Não cabemos os dois na mesma casa. Além disso a Euribor mete-se com todos e anda sempre a subir e a descer. Torna-se obscena, a Euribor! É certo que há quem goste dela, mas quando queremos um pouco de sossego, não com a Euribor que o vamos conseguir! Põe a cabeça numa autêntica pressão, o coração aos saltos e, como se não chegasse já a casa, também ela veio dar uma forte "cacetada" na quietude que se quer quando se ambiciona a Paz de Espirito. Se continuo assim quem vai por aí acertar contas com trombudos em tabacarias ainda sou eu... Deus nos livre das Euribor's e dos pingos do tecto, tos vendedores "melga" e dso gritos de vizinhos de voz portentosa! Isto de ter e ser vizinho tem que se lhe diga...