sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sobrou p'ra mim...

Pois claro! Com tanto estardalhaço, tanta demolição, tanto batuque, tinha de dar bronca. E sobrou para mim!

Acontece que as obras, afinal, não são no prédio ao lado. São mesmo por cima da minha cabeça. As movimentações do prédio vizinho não passam de simples pinturas. A guerra, a verdadeira, a demolidora, está mesmo por cima da minha cabeça e as criaturas que a estão a levar a cabo esqueceram-se reparem, esqueceram-se de fechar a água enquanto arrancam pias, banheiras e sabe Deus que mais.

Pois estava eu a tentar ignorar, se é que isso é possível, o bum bum bum do martelo pneumático, distraindo-me com a costumada leitura leve que gosto de ter em circunstâncias especiais em que preciso de me descontrair, quando, vinda do espaço que é como quem diz, do tecto, uma gota de água aterrou na minha mão, e outra em cima do bidé, e mais uma do outro lado, e mais outra, e outra, e às tantas olho para cima e nem queria acreditar, chovia-me em casa imagine-se num dia de sol como hoje!

Lá se foi a minha boa acção. Vai de subir as escadas, vai de alertar os trabalhadores, olhe que está a chover na minha casa e um deles com cara de parvo, a chover? Exactamente. Epá fecha a água!, gritou ele lá para dentro. Então vocês mexem em canalizações sem fechar a água?! Desculpe lá, foi esquecimento. Encolheu os ombros e revirou os olhos como quem diz, foi o atrasado mental do meu colega, aquela besta!

E pronto. Resta-me esperar que seque e que pouco ou nada tenha ficado depositado no falso tecto de alumínio onde a água quando cai faz-nos acreditar que uma qualquer tempestade rebentou, tal é o eco que reproduz e lá vou eu ver mais uma…é que se me vejo livre desta até penso que é mentira. O senhorio que os ature que eu já tenho a minha dose. Este prédio tem cancro digo-vos eu. São problemas atrás de problemas e eu que ainda cheguei a pôr a hipótese de ficar com esta casa. Irra! É que não são as obras do vizinho. Isso acaba e sempre são melhoramentos, mas ainda ontem vieram cá da companhia das águas para mudar o contador e não o puderam fazer porque os canos estão podres. Num dos apartamentos do rés-do-chão abateu o chão da sala. Abateu completamente. Desapareceu nas fundações! Ah pois é! Só espero que a Terra não se lembre de tremer aqui para estes lados…pelo menos enquanto eu cá estiver…dassssssssssss.

2 comentários:

MB disse...

Acho que está mesmo a precisar de mudar de casa. Já encontrou essa maravilha???

Alda Couto disse...

Pois que não :( mas ainda não desisti :)