domingo, 6 de setembro de 2009

Jerónimo de Sousa vs José Sócrates

Se eu tivesse dúvidas relativamente às razões que me levam à filiação em coisíssima nenhuma, hoje essas dúvidas teriam caído por terra.Tempos houve em que eu cheguei a pôr a hipótese de infidelidade, do estilo não me comprometam, depois cheguei à agradável conclusão que na realidade o que eu sou é um espírito livre. Um espírito livre que tem consciência do dinamismo do mundo e das gentes, e da sua consequente mutabilidade. Um espírito livre que, como todos os espíritos livres, gosta de estar disponível e aberto a todas as ideias.

Mas, sobretudo, um espírito livre por ser incapaz de apoiar ou aplaudir por simpatia ou solidariedade, à excepção, evidentemente, de qualquer apoio a todos aqueles que amo, mas isso é outra questão porque, mesmo a esses, sou bem capaz de estender um dedito se for caso disso, mas cá entre nós.

Relativamente a filiações públicas, não tenho feitio para apoiar quem não merece ser apoiado. Por outras palavras, tenho muita dificuldade em ver rosas num prado cheio de cardos. Por exemplo, sou simpatizante do Sporting, creio que por simpatia, por ter vivido rodeada deles e por ter sido, em tempos idos, uma ginásta apoiada por esse grande clube, grande em número de modalides, diga-se; e porque gosto do verde, é uma razão como outra qualquer. No entanto, se o Sporting jogar mal, o que acontece com alguma frequência, digo-o à boca cheia. Até porque tenho para mim que quem apoia deve ser o primeiro a apontar o que está mal, de outra forma não se passa da cepa torta.

É por tudo isto que me espanto com os clubismos, partidarismos ou religiosismos fanáticos e cegos. Foi por tudo isto que hoje fiquei de boca aberta a ouvir os apoiantes do partido comunista que na Festa do Avante afirmavam, cheios de convicção, que quem tinha ganho ontem o debate tinha sido, sem sombra de dúvidas para eles, o seu líder partidário.

Quão cega, ou surda, pode uma pessoa ser, para afirmar que no debate de ontem Jerónimo de Sousa venceu José Sócrates?! É que o que eu vi foi um Jerónimo incapaz até de concretizar críticas que podiam ter sido concretizadas; incapaz de rebater ideias; um Jerónimo de Sousa mal preparado e submisso que em determinadas alturas até podia, apesar da idade, ser o filho a tentar convencer atabalhoadamente o pai, da injustiça das suas decisões sem nunca o conseguir. Houve mesmo momentos em que pensei, estes gajos (os comunistas) apoiam o PS!!! Fui eu que vi mal?

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