Mais cedo ou mais tarde surge, na vida de quem tem filhos, o momento que testa a nossa credibilidade, a nossa confiança. Até que ponto confio eu neste Ser que criei? Até que ponto confio em mim, no meu trabalho? E é na qualidade e na quantidade do que estou disposto(a) a arriscar que posso medir o meu nível de confiança.
Posso ser alguém que nutre por si mesmo(a) uma média/baixa auto-estima e que, por isso, não confia muito, nem no que fez nem no que fará. Posso ser alguém com uma média/alta auto-estima mas que tem consciência do peso da experiência e que, por isso, exige provas de quem ainda agora mesmo começou (e a experiência necessita de tempo para se manifestar). Ou posso ser alguém que, simplesmente, confia. Confia em si e, por consequência, confia no seu trabalho. Porque, quer se queira quer não e digam lá o que disserem, um filho é uma obra. Mesmo com toda a sua singularidade, ele ou ela, nós - na verdade todos nós - transportamos aquilo que desde cedo nos transmitiram. E estou convicta que, ao fim e ao cabo, é parte disso (uma grande parte) que se manifesta quando se manifesta alguma coisa. Tal como num edifício as fundações são absolutamente essênciais. Quer queiramos quer não, somos filhos dos nossos pais. E os pais que têm filhos, quer queiram quer não, directa ou indirectamente, é para eles que vivem e, no dia em que se forem embora, tudo o que cá fica será deles. Então porque não confiar e colocar já ao serviço deles o que se pode? O que se tem? Já porque é já que eles precisam e, sei-o por experiência própria, que um voto de confiança faz milagres. E milagres não são precisos para quem tem boas bases, excelentes fundações...
1 comentário:
Não tenho filhos, mas fui filha e intuo que uma das grandes forças de educação que se pode dar é através do exemplo da vida
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